Come arroz e farinha? Tome cuidado! Entenda motivo

julho 19, 2024
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Come arroz e farinha? Tome cuidado! Entenda motivo


Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) realizaram um estudo analisando amostras de farinha e arroz armazenadas em residências. A pesquisa, apoiada pela FAPESP e publicada em Pesquisa Alimentar Internacionalrevelou altos níveis de toxinas fúngicas, também conhecidas como micotoxinas.

Seis micotoxinas preocupantes foram identificadas nas amostras de alimentos examinadas pelos pesquisadores. Os cientistas descobriram a presença de aflatoxinas, fumonisinas, zearalenona, toxina T-2, desoxinivalenol e ocratoxina A.

Em alguns casos, o nível de fumonisinas, zearalenona e micotoxinas desoxinivalenol excedeu o limite de tolerância, conhecido como níveis máximos permitidos (MPLs), estabelecido pelas autoridades sanitárias. Dos 213 alimentos analisados, os pesquisadores detectaram diferentes combinações de duas a quatro micotoxinas em 70 alimentos, quase um terço (32,86%) das amostras.

“A regulamentação sobre a presença de micotoxinas precisa ser mais rígida”, diz o professor Carlos Oliveira, do Departamento de Engenharia de Alimentos da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da Universidade de São Paulo (USP), para Agência FAPESP.

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Crianças e adolescentes são mais sensíveis a toxinas e podem ser contaminados (Imagem: Suwan Wanawattanawong/Shutterstock)

A Anvisa atualizou as regulamentações relativas às micotoxinas em produtos alimentícios, incluindo alimentos para bebês, em julho de 2022. “O MPL deve ser rigorosamente seguido pelos produtores de alimentos, processadores de alimentos e participantes relacionados na cadeia alimentar”, acrescentou Oliveira.

Micotoxinas em alimentos são um problema de saúde pública

  • Os investigadores descobriram que as estimativas de ingestão diária (EDI) de desoxinivalenol em produtos de trigo e arroz excederam a ingestão diária aceitável (TDI) e foram particularmente significativas para crianças em idade pré-escolar, crianças em idade escolar e adolescentes;
  • Crianças e adolescentes em idade pré-escolar foram expostos ao desoxinivalenol através de produtos de trigo, enquanto crianças em idade escolar foram expostas à micotoxina através de produtos de trigo e arroz;
  • As descobertas sugerem que os alimentos à base de trigo e arroz podem representar um risco para as crianças, indicando a importância da implementação de medidas rigorosas para prevenir a contaminação por desoxinivalenol nestes produtos.
Pesquisadores pedem supervisão alimentar mais rigorosa (Imagem: Billion Photos/Shutterstock)

“Nos preocupamos com crianças e adolescentes, que tendem a ser mais sensíveis às toxinas em geral”, acrescentou Oliveira. O risco de implicações para a saúde destaca a importância de armazenar grãos e farinha em áreas secas e protegê-los de insetos para evitar contaminação.

Como os pesquisadores coletaram as amostras de farinha e arroz nas casas dos participantes, Oliveira disse que é possível que parte da contaminação por micotoxinas nas amostras tenha se originado durante o armazenamento doméstico.

Por exemplo, a contaminação pode ter vindo de alimentos embalados que foram parcialmente consumidos, mas permaneceram abertos por longos períodos.

A equipe de pesquisa está atualmente realizando trabalhos adicionais para avaliar a extensão da contaminação.





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