Viagens espaciais longas podem ter problema curioso, diz estudo

julho 26, 2024
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Viagens espaciais longas podem ter problema curioso, diz estudo


Depois da Apollo 11, em 1969, a humanidade nunca esteve tão perto de retomar grandes viagens espaciais. A NASA quer devolver o homem à Lua em dois anos. Desta vez, porém, o nome da missão será Artemis.

Nas últimas semanas, a mesma agência espacial americana anunciou uma meta ainda ousada: chegar a Marte até 2040!

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Para se ter uma ideia da diferença absurda entre as duas coisas, basta olhar a distância. Em média, a Lua está a aproximadamente 384.400 km da Terra.

Você achou longe? Porque Marte está um pouco mais tarde… A distância entre os dois planetas varia de 54,6 milhões de quilómetros a cerca de 401 milhões de quilómetros, dependendo das suas posições orbitais.

A questão aí é a matemática: estamos falando de algo mais de 100 vezes maior. Com a diferença chegando a mil.

Quando se trata dessas longas viagens espaciais, pensamos imediatamente no consumo de combustível, na criação de uma rota, no tempo de atraso e em outros pontos diversos. E às vezes acabamos esquecendo de coisas simples, mas que também são importantes.

É o caso dos medicamentos.

Uma viagem ao Planeta Vermelho poderia demorar tanto que os medicamentos a bordo expirariam – Imagem: sergei voevitko/Shutterstock

Pesquisa mostra quais medicamentos venceriam no caminho

  • Sim, as pessoas também ficam doentes no espaço.
  • Um levantamento realizado com astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS) mostra que eles sentem dores musculares, sofrem de alergias e até enfrentam congestão nasal.
  • O que é natural, já que são seres humanos como nós.
  • E o que fazemos quando isso acontece? A gente vai no médico e toma um remédio que passa.
  • Mas os astronautas estão a milhares de quilómetros da Terra.
  • As tripulações normalmente levam médicos e os navios transportam remédios.
  • Mas estes medicamentos não durariam no caso de uma longa viagem espacial.
  • Isto é o que pesquisadores de Universidade Dukenos Estados Unidos.
  • Eles simularam uma viagem a Marte e os cálculos mostraram que mais da metade dos medicamentos expirariam antes do fim da missão.
  • Consideraram que os medicamentos utilizados seriam semelhantes aos disponíveis na ISS.
  • A partir disso, descobriram que 54% dos 91 medicamentos analisados ​​duram 36 meses ou menos.
  • Numa estimativa mais otimista, ou seja, se chegarmos e voltarmos rapidamente do Planeta Vermelho, cerca de 60% desses medicamentos expirariam antes do final da missão.
  • Numa estimativa mais conservadora… bem, então 98% dos medicamentos expirariam.
Projeto reconhece direito dos pacientes do SUS de receber medicamentos após alta hospitalar
Mesmo sendo treinados, os astronautas também são humanos e podem precisar de remédios – Imagem: Toonus/Shutterstock

Então, o que os cientistas recomendam?

Antes de falar sobre a recomendação, vale destacar que os efeitos ligados aos medicamentos vencidos podem ser adversos. Em alguns casos, podem ser prejudiciais à saúde.

Na maioria das vezes, porém, apenas perde parte de sua eficácia. Tanto que nos Estados Unidos, por exemplo, trabalham com o conceito de “melhor se usado por”. Em outras palavras, é melhor usá-lo até esta data.

Não que você deva consumir remédios vencidos! Não faça isso em casa! Estamos falando de uma missão espacial que duraria anos (quase 3 anos, no caso de Marte).

E uma das sugestões dos pesquisadores é levar mais unidades do medicamento. Se ele “perdesse forças”, uma das soluções seria aumentar a dose. Mas sem esquecer de levar em conta o risco que isso pode representar.

Outra alternativa seria trabalhar em conjunto com a indústria farmacêutica para desenvolver medicamentos com maior prazo de validade.

EUA querem levar o homem à Lua em dois anos e a Marte até 2040 – Imagem: Vadim Sadovski/Shutterstock

Independentemente do que façam, o facto é que uma decisão deve ser tomada – e rapidamente. Especialmente se a NASA atingir o seu objectivo de enviar o homem a Marte na próxima década.

O artigo com estas conclusões foi publicado na revista npj Microgravity. Você pode ler a pesquisa na íntegra clicando neste link aqui.





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