Planeta está em risco? Entenda conclusão catastrófica de estudo

julho 26, 2024
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Planeta está em risco? Entenda conclusão catastrófica de estudo


“Se a temperatura continuar subindo, em muitos momentos ultrapassaremos o limite do corpo humano”, alerta o renomado cientista brasileiro Carlos Nobre. A conclusão refere-se a um estudo publicado em Avanços da Ciência que repercutiu no Brasil nas últimas semanas.

A pesquisa é citada em texto de NASA que diz que o Brasil pode se tornar inabitável até 2070. Olhar digital Esta confusão já foi explicada, mas estará o nosso país realmente em risco? E como evitar que um cenário catastrófico aconteça?

Para o mapeamento, o estudo utilizou imagens de satélite e projeções de temperatura de bulbo úmido. Essa medida considera a temperatura e a umidade do ar para indicar o conforto térmico.

A temperatura do bulbo úmido afeta o corpo humano de diversas maneiras, principalmente devido à sua relação com a umidade e à capacidade do corpo de se resfriar por meio da evaporação do suor. A medida é especialmente relevante para prever riscos em situações de calor extremo e para definir medidas de segurança em atividades físicas e ocupacionais.

Se a temperatura do bulbo úmido permanecer acima de 35°C por mais de seis horas, mesmo a pessoa mais saudável pode ter problemas de saúde. Para se ter uma ideia, essa temperatura equivale a 45ºC com 50% de umidade – nesse nível, a sensação térmica é de 71ºC.

“Acima dessa temperatura de bulbo, idosos e crianças vivem muito pouco tempo e adultos saudáveis ​​apenas algumas horas, isso já é sabido”, explica Nobre em entrevista exclusiva ao Olhar digital.

Desde 1981, a taxa de aumento do aquecimento global tem sido mais do dobro da registada no período pré-industrial, que registou um aumento de 0,08ºC na temperatura a cada década. Imagem: Robsonphoto – Shutterstock

O estudo sobre condições climáticas extremas no mundo é confiável?

Segundo Marina Hirota, professora da UFSC e pesquisadora apoiada pelo Instituto Serrapilheira, a pesquisa não deve ser vista como uma previsão, mas sim como uma análise de cenários possíveis. “O estudo é confiável, mas a própria pesquisa fala de incertezas”, disse ela ao Olhar digital.

“No caso do Brasil, há incerteza porque temos pouquíssimas estações meteorológicas nas regiões tropicais do Brasil (…) ou seja, esse prazo de 2070 pode chegar mais tarde”, acrescenta. Segundo o especialista, os dados utilizados para o Brasil costumam estar desatualizados. “Acho que é muito incerto dizer que o Brasil se tornará inabitável até 2070.”

Segundo Nobre, a pesquisa não fala especificamente do Brasil e houve confusão de informações. “O que acontece é que o autor deste estudo deu uma entrevista à NASA e disse que as regiões tropicais do mundo, incluindo grande parte do Brasil, se tornariam inabitáveis.”

O pesquisador explica que se as coisas continuarem como estão, poderemos ultrapassar o limite de lâmpadas em algumas partes do país em 2070.

“O Brasil tropical, a Amazônia, o centro-oeste, o nordeste, sem dúvida em 2070 poderemos ultrapassar esse limite. No verão isso pode acontecer em outras regiões, por exemplo, no Rio de Janeiro. Então isso mostra o risco para todo o planeta e certamente para o Brasil, um país tropical”, afirma o especialista.

O climatologista Carlos Nobre em entrevista ao Olhar Digital News. Crédito: YouTube/Olhar Digital

O que podemos fazer para mudar?

Até a década de 2000, era considerado impossível que a temperatura do bulbo úmido atingisse esse nível. Mas isso começou a acontecer em áreas do Golfo Pérsico e do Paquistão a partir de 2005, segundo a pesquisa.

Hirota comenta que 2023 está sendo um ano especialmente difícil para as mudanças climáticas com temperaturas recordes em diversas partes do mundo. Este foi um ano extremo, com El Niño e outros eventos climáticos, mas esta situação tende a se tornar cada vez mais comum.

Consulte Mais informação:

O que é importante neste estudo é que não podemos pensar apenas em eventos extremos, temos que pensar que esse aumento de temperatura (analisado no estudo) acontecerá ao mesmo tempo que esses eventos

Marina Hirota, pesquisadora apoiada pelo Serrapilheira

Marina Hirota,
Marina Hirota, professora da UFSC e pesquisadora apoiada pelo Instituto Serrapilheira (Imagem: Arquivo Pessoal)

Para controlar a temperatura mundial só resta uma solução: reduzir as emissões de gases poluentes. Esta é considerada a única forma de prevenir (ou pelo menos tentar prevenir) o aumento da temperatura do bulbo. Esta é uma opinião compartilhada entre o estudo e os especialistas entrevistados pelo Olhar digitaleu.

Não podemos deixar que a temperatura (do bulbo) ultrapasse os 2°C, a 2° já é extremamente preocupante. E então, logicamente, todos os países precisam de reduzir as suas emissões a zero, muito antes de 2050.

Calor Nobre





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