Astronauta fez foto do espaço que “não pode mais ser tirada”

agosto 3, 2024
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Astronauta fez foto do espaço que “não pode mais ser tirada”


Recentemente, o astrofotógrafo Donald Pettit compartilhou uma imagem impressionante que capturou durante uma de suas missões como astronauta da NASA na Estação Espacial Internacional (ISS). Registros como esse, segundo ele, tornaram-se impossíveis de serem obtidos hoje em dia. Vamos entender o porquê.

Uma dúvida comum sobre fotografias tiradas no espaço é a ausência de estrelas no fundo. Embora algumas imagens mostrem estrelas, a maioria mostra apenas um céu escuro atrás da Terra. Naturalmente, esperaríamos que as estrelas fossem mais visíveis no espaço, uma vez que a atmosfera da Terra não interferiria. E, de fato, isso acontece, tanto que telescópios são enviados ao espaço justamente para evitar essa distorção atmosférica. Porém, fotografar estrelas não é tão simples quanto parece.

Fotografar estrelas no espaço é tão complicado quanto na Terra

Assim como na Terra, para captar a luz das estrelas é necessário aumentar o tempo de exposição da câmera. Este processo requer que a câmera permaneça apontada de forma estável para o objeto espacial a ser gravado.

Isso já foi possível na ISS, como vemos na fotografia tirada por Pettit em 2003. A imagem, além de exibir o brilho verde do oxigênio na atmosfera terrestre, também capturou uma série de estrelas.

Na época, o laboratório orbital mantinha uma “atitude solar inercial”, conhecida como XPOP, o que significa que os painéis solares da estação permaneciam apontados para o Sol sem a necessidade de rastreamento. Na prática, a própria estação funcionava como um mecanismo de rastreamento, permitindo que uma câmera acoplada a ela capturasse estrelas como pontos de luz durante longas exposições.

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Desde 2006, porém, a ISS ajustou sua orientação, mantendo um lado sempre voltado para a Terra. Esse novo ângulo dificulta a captura de estrelas, já que uma exposição de 30 segundos, como a que Pettit usou na foto compartilhada recentemente no Instagram, agora resultaria em estrelas aparecendo como trilhas curvas, devido ao movimento da estação. Exemplo disso é o registro abaixo, também obtido por ele.

Com um longo tempo de exposição, estrelas deixam rastros concêntricos nesta imagem tirada da ISS em 2012. Crédito: NASA/Don Pettit

Apesar dessa limitação, o astronauta planeja usar um dispositivo de rastreamento em uma próxima viagem à ISS, que lhe permitirá compensar o movimento da estação durante longas exposições. Além disso, com o avanço das câmeras modernas, há esperança de que novas imagens detalhadas do céu estrelado sejam capturadas em missões futuras.





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