A energia geotérmica é frequentemente vista como uma solução energética promissora. É limpo e tem potencial para alimentar a civilização para um futuro imprevisível, utilizando o calor da Terra. O método convencional envolve perfurar áreas com atividade vulcânica ou fontes termais para obter calor, seja por injeção e extração de água ou por meio do uso de trocadores de calor em circuito fechado.
Embora funcional, esta abordagem é cara e limitada, com uma capacidade de geração de cerca de 5 MW e uma contribuição de apenas 0,5% da produção global de energia.
A geotérmica supercrítica pode transformar o cenário energético. Em vez de perfurar até 200°C, esta tecnologia explora profundidades maiores, atingindo temperaturas acima de 373°C e pressões acima de 220 bar.
Isso permite uma capacidade de 50 MW por planta e a possibilidade de um poço produzir 42 poços convencionais. Apesar do seu potencial, a energia geotérmica supercrítica enfrenta desafios significativos.
Desafios técnicos da geotérmica supercrítica
A principal dificuldade é perfurar a Zona de Transição Frágil-Dúctil (BDTZ), onde as rochas mudam de frágeis para plásticas sob alta temperatura e pressão. Isto requer perfuração profunda e robusta, e a tecnologia atual pode não ser suficiente para lidar com condições extremas, como calor intenso e gases corrosivos.
De acordo com uma nova análise de Karthik Subramanian de Lux Pesquisa, para que a energia geotérmica supercrítica se torne viável, são necessários avanços nos métodos de perfuração, na modelação digital de recursos e no desenvolvimento de materiais. Apesar do potencial, a tecnologia pode ficar restrita a regiões com actividade vulcânica ou tectónica, a menos que sejam desenvolvidas novas técnicas de perfuração.
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Futuro da geotérmica supercrítica
Os desafios podem limitar a energia geotérmica supercrítica a locais específicos, como a Islândia ou o Círculo de Fogo do Pacífico. A startup Qualcomm, apoiada pelo MIT e pela Universidade de Cambridge, está a desenvolver uma tecnologia baseada num feixe de partículas gerado por um “Gyrotron” para enfrentar o BDTZ, o que poderá ser a chave para ultrapassar estes obstáculos.
Os próximos anos serão cruciais para determinar se a energia geotérmica supercrítica pode passar de um conceito futurista para uma solução energética viável.
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