Alunos da USP criam ferramenta para prever desastres naturais

agosto 30, 2024
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Alunos da USP criam ferramenta para prever desastres naturais


Alunos da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), da USP, desenvolveram modelos hidrológicos e hidrodinâmicos que prometem revolucionar a prevenção de desastres naturais. Servem também para monitoramento de desastres e antecipação de eventos climáticos extremos.

Alunos da USP desenvolvem modelos para melhorar previsão de desastres naturais

  • Alunos da USP criaram modelos hidrológicos e hidrodinâmicos avançados que melhoram a previsão de desastres naturais, com foco em inundações e eventos extremos;
  • Esses modelos já foram aplicados no planejamento urbano de São Carlos, na prevenção de rompimentos de barragens e em estudos em bacias antrópicas na Índia e nos EUA;
  • Os modelos são considerados essenciais para a previsão dos impactos de cheias e desastres, seguindo uma filosofia de código aberto que permite a adaptação local, em colaboração com uma rede global de parceiros.
  • O objetivo é operacionalizar os modelos até a COP 30 em 2025, contribuindo para a prevenção de desastres e otimização dos recursos hídricos, destacando a necessidade de integração com dados meteorológicos em tempo real.

Com técnicas avançadas de simulação de cheias em rios e várzeas, mesmo em locais com pouca ou nenhuma informação previamente recolhida, estes modelos oferecem previsões mais detalhadas. E contribuem para a definição de políticas públicas em áreas de risco, além de melhorar os sistemas de alerta.

Modelo da USP que prevê desastres naturais já foi colocado em prática

A primeira versão do modelo foi publicado em revista especializada e aplicado em situações práticas – por exemplo: o planejamento de drenagem da cidade de São Carlos (SP) e o prevenção de falhas em barragens. Além disso, os modelos foram utilizados em bacias antropogênicas na Índia e nos EUA.

Mário Mendiondo, professor do Departamento de Hidráulica e Saneamento da EESC e coordenador do grupo de alunos, destaca a importância de novos modelos para simular eventos hidrológicos extremos, especialmente nos biomas sul-americanos.

Enchente no Rio Grande do Sul foi um dos eventos climáticos extremos de 2024 (Imagem: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Segundo ele, simulações realizadas em regiões da África e do Oriente Médio demonstram a capacidade dos modelos de ajudar na prevenção de desastres, com base nas recomendações da Organização Meteorológica Mundial (OMM) para a iniciativa Alertas antecipados para todos.

O objetivo é testar os novos modelos até ao final de 2024 e torná-los operacionais para a Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP 30), previsto para 2025 no Brasil.

Trabalhamos em conjunto com uma extensa rede de parceiros em todo o mundo, seguindo a filosofia open source, que permite às comunidades locais adaptar e melhorar modelos de acordo com as suas necessidades.

Mário Mendiondo, professor do Departamento de Hidráulica e Saneamento da EESC

A abordagem colaborativa é um dos pilares do projeto, que procura integrar jovens investigadores entre si e promover a ciência comunitária.

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Previsão do tempo e previsão de desastres

Apesar do avanço dos modelos meteorológicos, Mendiondo destaca que eles por si só não são suficientes para prever os impactos das enchentes ou inundações na superfície terrestre.

Ele explica que os modelos hidrológicos e hidrodinâmicos precisam de informações detalhadas sobre o solo e a meteorologia em tempo real para serem mais assertivos. Essas informações são essenciais para estimar até que ponto as águas irão subir e, assim, salvar vidas.

Imagem para ilustrar matéria sobre a crise no Rio Grande do Sul
Modelo criado por estudantes da USP pode ter sido útil na tragédia que atingiu recentemente o Rio Grande do Sul (Imagem: Gilvan Rocha/Agência Brasil)

Um exemplo da relevância desses modelos foi a tragédia causada pelas intensas chuvas no Rio Grande do Sul neste ano. Embora tenha havido avisos prévios sobre as chuvas, a falta de integração com os modelos hidrológicos deixou as autoridades locais despreparadas para lidar com o desastre.

Além de prevenir inundações, os novos modelos também ajudam a estimar os impactos de secas severas e a otimizar o uso dos reservatórios de água doce.

O projeto foi desenvolvido no laboratório Water-Adaptive Design & Innovation (TheWADILab), em colaboração com professores e alunos da EESC e da Universidade do Texas, em San Antonio, EUA. Mais detalhes estão disponíveis em Jornal USP.





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