Lua teve atividade vulcânica recente, revela missão da China

setembro 11, 2024
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Lua teve atividade vulcânica recente, revela missão da China


Novas evidências sugerem que a Lua pode ter estado vulcanicamente ativa muito mais recentemente do que se pensava – e talvez ainda seja. Pequenas contas de vidro encontradas na superfície lunar, trazidas à Terra pela China com a missão Chang’e 5 em 2020, revelaram vestígios desta atividade vulcânica, levantando questões sobre a evolução geológica da Lua.

Estudos anteriores já indicavam que o satélite teve vulcanismo em seu passado distante. As áreas escuras que formam a ilusão do “Homem na Lua”, região composta por grandes planícies vulcânicas (mares lunares), consolidaram-se entre três e 3,8 mil milhões de anos atrás – e, durante muito tempo, pensou-se que esta era a última vez que a estrela esteve vulcanicamente ativa.

No entanto, amostras da missão Chang’e 5 trouxeram uma nova perspectiva, sugerindo que as erupções vulcânicas ocorreram há apenas 123 milhões de anos, com uma margem de incerteza de 15 milhões de anos.

A cápsula de retorno 5 da China Chang com amostras da lua é vista após pousar na Mongólia Interior, China, em 17 de dezembro de 2020. (Crédito da imagem: CASC)

Este período pode parecer antigo em termos humanos, mas num contexto geológico é bastante recente. Isto sugere que a Lua pode ter permanecido ativa ao longo da sua história e potencialmente ainda estar vulcanicamente ativa.

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A descoberta foi feita a partir de três pequenas contas de vidro, de um total de três mil, encontradas em 1,7g de amostras de solo lunar. Esses relatos foram cuidadosamente analisados ​​por uma equipe liderada por Bi-Wen Wang e Qian Zhang, do Instituto de Geologia e Geofísica da Academia Chinesa de Ciências, em Pequim. Os resultados foram publicados este mês na revista Ciência.

Segundo o estudo, essas contas de vidro podem se formar de duas maneiras. O mais comum é através de impactos de asteróides, quando a rocha derrete e se transforma em vidro devido à pressão intensa. Isto é visível nas inúmeras crateras lunares.

Apresentação da cápsula Chang’e-5 após reentrada na Terra transportando amostras lunares. Crédito: Shanshan/Shutterstock

Existem também esferas que podem se formar a partir de erupções vulcânicas, e estas foram observadas em amostras anteriores. A novidade trazida pela missão chinesa é que as contas de origem vulcânica descobertas datam de uma época geologicamente mais recente, o que desafia teorias anteriores sobre o resfriamento do interior lunar.

A equipe usou a técnica de datação por urânio-chumbo para determinar a idade dessas contas vulcânicas. Este método mede a proporção de urânio que se transformou em chumbo, um processo que ocorre ao longo de milhões de anos. Quanto maior a quantidade de chumbo presente, mais antiga é a amostra.

Técnicos removem o recipiente de amostra da espaçonave chinesa Chang’e 5, que coletou poeira e rochas da Lua, trazendo-a para a Terra em dezembro de 2020. Crédito: Observatórios Astronômicos Nacionais/CAS

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Outras evidências reforçam esta nova visão da atividade vulcânica lunar. Em 2014, o Orbitador de Reconhecimento Lunar (LRO), da NASA, identificou cerca de 70 formações chamadas “manchas de maré irregulares” (IMPs), que são áreas vulcânicas lisas e redondas. Estima-se que algumas destas formações tenham menos de 100 milhões de anos, podendo ser ainda mais jovens, apenas 50 milhões de anos. Estas áreas demonstram atividade vulcânica muito mais recente do que se pensava anteriormente.

Embora os IMPs tenham sugerido um vulcanismo mais recente, as esferas de vidro trazidas pela Chang’e 5 fornecem evidências ainda mais concretas. Isto contradiz modelos anteriores que previam que o interior da Lua teria arrefecido completamente após a sua formação, há cerca de 4,5 mil milhões de anos.

A equipe de pesquisadores propõe que a presença de elementos geradores de calor, como potássio, tório e lantânio, pode ter contribuído para a manutenção do vulcanismo lunar em determinadas regiões, ao gerar calor suficiente para derreter rochas do manto lunar.

Relatos de “fenômenos lunares transitórios” (TLP), como luzes e névoas vistas na superfície lunar pelos astrônomos, podem agora ter uma explicação plausível. A libertação de gases vulcânicos, anteriormente descartada, poderá ser uma das causas destes fenómenos, tendo em conta as novas evidências de atividade geológica recente.

Embora muitas questões permaneçam sem resposta, este estudo sugere que a Lua pode não ser tão geologicamente inerte como se pensava anteriormente. Se confirmado, o vulcanismo lunar poderá até ser utilizado por futuros astronautas em missões de colonização.





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