Como a raiva (hidrofobia) afeta o corpo humano?

setembro 13, 2024
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Como a raiva (hidrofobia) afeta o corpo humano?


A raiva, também conhecida como hidrofobia, é uma das doenças mais temidas do mundo, tanto pela sua elevada taxa de mortalidade como pelos efeitos devastadores que causa no corpo humano. Transmitida principalmente pela mordida de animais infectados, como cães, morcegos e gatos, a raiva é causada por um vírus que ataca o sistema nervoso central, levando a sintomas neurológicos graves e, na maioria dos casos, à morte se não for tratada a tempo.

Agora, explicaremos detalhadamente o que é a raiva, como ela afeta o corpo humano e por que a prevenção por meio da vacinação é essencial.

O que é raiva (hidrofobia)?

A raiva é uma doença viral infecciosa que afeta mamíferos, incluindo humanos. O termo “hidrofobia” é utilizado em alguns casos devido ao sintoma característico da doença em estágios avançados, onde o paciente desenvolve aversão à água. O vírus responsável pela raiva pertence ao gênero Lissavírus e é transmitido principalmente pela saliva de animais infectados, geralmente por meio de mordidas.

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Ao entrar no corpo, o vírus da raiva inicialmente se multiplica no tecido muscular próximo ao local da picada e depois se move para o sistema nervoso periférico, usando os nervos para viajar até o cérebro. O tempo entre a exposição ao vírus e o aparecimento dos sintomas (período de incubação) pode variar de dias a meses, dependendo do local da picada e da sua proximidade com o cérebro.

Apesar de ser uma doença quase sempre fatal após o início dos sintomas, a raiva é completamente evitável se o tratamento for iniciado imediatamente após a exposição ao vírus. No entanto, uma vez que a doença progride para a fase sintomática, o tratamento torna-se ineficaz na maioria dos casos.

O vírus da raiva (Imagem: SuperInteressante/Reprodução)

Como a raiva afeta o corpo humano?

Quando o vírus da raiva atinge o sistema nervoso central, desencadeia uma série de eventos patológicos que afetam o corpo humano de forma devastadora.

Fase de incubação

Após a exposição ao vírus da raiva, a doença passa por uma fase silenciosa de incubação, que pode durar de algumas semanas a vários meses. Durante esse período, o vírus se replica no tecido muscular próximo ao local da picada e viaja gradualmente ao longo dos nervos periféricos em direção ao cérebro. O paciente não apresenta sintomas nesta fase, dificultando o diagnóstico antes do aparecimento dos sinais clínicos.

Fase prodrômica

A fase prodrômica é a fase inicial dos sintomas, durando entre 2 e 10 dias. Os primeiros sinais da raiva são inespecíficos e podem assemelhar-se aos sintomas comuns da gripe, como febre, dor de cabeça, fadiga e mal-estar geral. Além disso, pode haver dor ou formigamento no local da picada, o que geralmente é um sinal de que o vírus começou a afetar os nervos.

Durante esta fase, o vírus continua a se espalhar pelo sistema nervoso central, avançando em direção ao cérebro. Embora os sintomas ainda sejam leves, a condição piora rapidamente à medida que o vírus progride.

Imagem: Hospital São Matheus/Reprodução

Fase neurológica aguda

Após a fase prodrômica, a raiva entra na fase neurológica aguda, que é a fase mais grave e assustadora da doença. Esta fase é caracterizada por uma série de sintomas neurológicos graves, incluindo:

  • Encefalite: A inflamação do cérebro é uma das principais características da raiva, causando sintomas como confusão mental, desorientação, alucinações, convulsões e paralisia. A encefalite também causa agitação extrema, comportamento violento e episódios de hiperatividade.
  • Espasmos musculares: O paciente começa a sentir espasmos musculares involuntários, especialmente na garganta e nos músculos respiratórios. Esses espasmos podem ser desencadeados por tentativas de engolir líquidos, resultando na característica aversão à água (hidrofobia). Esse sintoma ocorre devido a uma disfunção neurológica que impede o controle adequado dos músculos da deglutição.
  • Hipersalivação: O vírus da raiva estimula as glândulas salivares, levando à produção excessiva de saliva. Isso ocorre porque o vírus precisa se replicar nas glândulas salivares para facilitar a transmissão a outros hospedeiros através da picada. A dificuldade de engolir devido a espasmos musculares faz com que a saliva se acumule, resultando em um sintoma característico da doença.
  • Hiperatividade e paranóia: Durante a fase neurológica, os pacientes podem apresentar comportamento agitado, paranóia extrema e alucinações. Essas manifestações resultam da invasão do cérebro pelo vírus, que altera as funções cerebrais normais e causa inflamação grave.
  • Paralisia: Em alguns casos, a raiva pode causar paralisia generalizada. Isso ocorre quando o vírus afeta os nervos motores, que controlam os movimentos musculares. A paralisia geralmente começa nas extremidades e pode se espalhar para o resto do corpo, dificultando a respiração e outras funções essenciais.

Fase de coma e morte

Se a doença não for tratada nas fases iniciais, progride para a fase final, que envolve coma e morte. O paciente geralmente entra em coma dentro de uma a duas semanas após o início dos sintomas neurológicos agudos. A morte geralmente ocorre por insuficiência respiratória, quando os músculos responsáveis ​​pela respiração param de funcionar devido à paralisia.

Sem tratamento imediato após a exposição ao vírus, a raiva tem uma taxa de mortalidade de quase 100%. Esta é uma das razões pelas quais a prevenção é tão importante. O tratamento consiste em uma série de vacinas anti-rábicas que devem ser administradas o mais rápido possível após a exposição ao vírus. Em alguns casos, também pode ser necessária a administração de imunoglobulina anti-rábica para neutralizar o vírus.

Prevenção da raiva

Dada a gravidade da raiva e a sua elevada taxa de mortalidade, a prevenção é a melhor estratégia para evitar a doença. A vacinação de animais domésticos, como cães e gatos, é uma medida essencial para controlar a propagação do vírus. Além disso, é recomendado evitar o contato com animais silvestres, principalmente aqueles que apresentam comportamento anormal, como morcegos que ficam ativos durante o dia.

Para quem trabalha em áreas de risco ou viaja para regiões onde a raiva é comum, é recomendada a vacinação preventiva. A profilaxia pré-exposição consiste em uma série de vacinas administradas antes da exposição ao vírus, que oferece proteção adicional em caso de picada.

Nos casos de exposição ao vírus, o tratamento deve ser iniciado imediatamente. Isto inclui a limpeza imediata da ferida com água e sabão, seguida da administração de vacinas anti-rábicas e, se necessário, imunoglobulina. O tratamento rápido é crucial para evitar que o vírus atinja o sistema nervoso central.

Imagem: Dra. Keilla Freitas

A raiva (hidrofobia) é uma doença devastadora que afeta o corpo humano de forma extremamente agressiva. O vírus ataca o sistema nervoso central, causando uma série de sintomas neurológicos graves, incluindo espasmos musculares, hidrofobia, encefalite e, eventualmente, morte. Apesar de ser quase sempre fatal quando os sintomas começam, a raiva é completamente evitável através de vacinação e tratamento rápido após a exposição.

A prevenção continua a ser a chave para o controlo da raiva, e a vacinação dos animais domésticos, bem como a sensibilização para os riscos do contacto com animais selvagens, são as principais estratégias para prevenir a propagação desta doença mortal.





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