saiba tudo sobre o “Anel de Fogo”

outubro 2, 2024
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saiba tudo sobre o “Anel de Fogo”


Na tarde desta quarta-feira (2), acontecerá um eclipse solar anular, quando o Sol se transformará em um impressionante “Anel de Fogo”. Abaixo, você encontra todas as informações sobre o evento – que será transmitido em tempo real em todas as plataformas. Olhar Digital.

Este é o terceiro eclipse de 2024, depois de um da Lua (ocorrido em março) e de um eclipse total do Sol, ocorrido em abril, sendo visto em partes do Canadá, quase todos os EUA e norte do México.

Sobre o eclipse solar anular

Impressionante captura feita por um fotógrafo americano no Novo México, escolhida como Imagem Astronômica do Dia da NASA em 10 de setembro de 2023. Crédito: Colleen Pinsk/APOD/NASA

O que é um eclipse solar

Um eclipse solar ocorre quando a Lua passa entre a Terra e o Sol, lançando uma sombra sobre uma determinada área do planeta e bloqueando total ou parcialmente a luz solar. Existem três tipos mais conhecidos desse fenômeno: parcial, anular e total. Há também um quarto padrão, mais raro, que praticamente mistura todos: o eclipse solar híbrido (como o que aconteceu em abril de 2023).

O eclipse parcial é o tipo mais comum, que acontece quando apenas uma parte do Sol é coberta pela Lua. Neste caso, praticamente não há alteração na luminosidade do dia. Por sua vez, um eclipse total é caracterizado quando todo o disco solar é bloqueado pela Lua, tornando o dia completamente escuro.

O eclipse solar anular é muito semelhante ao total, porque a Lua cobre o Sol, mas deixa um círculo de luz visível ao seu redor – o chamado “Anel de Fogo”. Isso acontece porque ele está mais distante da Terra (no seu apogeu ou próximo a ele), tornando sua circunferência aparente menor que a do Sol.

Um eclipse solar anular registrado em 2012, em Tóquio, Japão. Crédito: THEJAB – Shutterstock

A distância da Lua à Terra varia porque a sua órbita não é perfeitamente circular – é ligeiramente oval, traçando um caminho conhecido como elipse. À medida que percorre este caminho elíptico à volta do planeta todos os meses, a sua distância alterna entre 356.500 km no perigeu (aproximação mais próxima) e 406.700 km no apogeu.

Onde o “Anel de Fogo” pode ser visto

O evento de quarta-feira será visível para aqueles que estão em uma ampla rota através do Oceano Pacífico e do sul da América do Sul. No ponto máximo do eclipse no Pacífico, a Lua cobrirá 93% do centro do Sol, e o “Anel de Fogo” ficará visível por 7 minutos e 25 segundos.

Este eclipse solar anular tem um longo caminho, nascendo ao sul do Havaí, no Oceano Pacífico Norte, e se estabelecendo ao norte da Geórgia do Sul, no Oceano Atlântico Sul. O percurso tem 14.163 km, com largura do caminho de 265 a 331 km. Muito pouco desta trilha atravessa o solo, com apenas Rapa Nui (Ilha de Páscoa) e partes do sul do Chile e da Argentina na América do Sul dentro do caminho da anularidade.

A animação acima mostra o progresso da sombra da Lua na Terra à medida que o eclipse continua. O círculo vermelho mostra a borda da sombra da Lua: todos os lugares dentro deste limite verão a Lua cobrindo alguma parte do disco solar. Os contornos amarelos mostram a fração de cobertura do disco para cada banda. Crédito InTheSky.org

O “Anel de Fogo” será visível daquela remota ilha vulcânica no Pacífico Sul, a meio caminho entre o Taiti e a América do Sul. Faz apenas 14 anos que um eclipse solar total foi visível de lá, em 11 de julho de 2010.

Cerca de 3.540 km a oeste do Chile, Rapa Nui é o lar de mil misteriosos moai, remanescentes de uma cultura dos séculos XIII e XVI. Empoleiradas em pedestais de pedra chamados ahus, essas figuras humanas esculpidas podem ser encontradas em vários locais da ilha, que fica inteiramente dentro do caminho do eclipse.

Apenas 11,6 mil km do caminho de anularidade atravessam áreas continentais no dia 2 de outubro, a grande maioria no sul da América do Sul, em dois países em particular: Chile e Argentina – ou seja, o fenômeno não será observável do Brasil em sua totalidade.

Mapa do eclipse solar aular. O caminho da anularidade é a faixa central escura. As áreas com sombra mais clara verão um eclipse parcial. Crédito: Hora e Data

Porém, em algumas zonas do país será possível presenciar parte do acontecimento. Os estados que poderão ver o eclipse, em ordem crescente de maior percentual eclipsado do Sol, são: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso e Bahia.

Quanto mais ao sul, maior será o percentual de cobertura do Sol pela Lua. Por exemplo, enquanto Goiânia verá apenas 0,02% do disco solar eclipsado, Porto Alegre testemunhará 26%. No Chuí, extremo sul do Brasil, a cobertura será de 38,15% (o máximo a ser observado no país).

Leia mais:

A que horas é o eclipse?

Segundo o Observatório Nacional (ON)o tempo exato do eclipse varia dependendo da localização. [Todos os horários mencionados estão no fuso de Brasília]

Em São Paulo, por exemplo, deve começar a se formar, parcialmente, às 16h51, terminando às 18h23, com o pôr do sol. Veja abaixo os horários detalhados dos estados brasileiros onde o evento pode ser observado (em todos eles, parcialmente, conforme explicado acima):

  • Espírito Santo: início às 17h07 e término por volta das 17h45;
  • Rio de Janeiro: início às 16h59 e término por volta das 17h59;
  • Mato Grosso: início às 17h07 e término por volta das 18h;
  • Goiás: início às 17h08 e término por volta das 18h10;
  • Minas Gerais: início às 16h59 e término por volta das 18h15;
  • São Paulo: início às 16h51 e término por volta das 18h23.
  • Mato Grosso do Sul: início às 16h46 e término por volta das 18h26;
  • Paraná: início às 16h43 e término por volta das 18h32;
  • Santa Catarina: início às 16h41 e término por volta das 18h34;
  • Rio Grande do Sul: início às 16h30 e término por volta das 18h41.

Para saber exatamente a que horas começa e termina o eclipse na sua cidade e quanto do Sol será coberto pela Lua no local onde você está, veja este mapa interativo do portal Hora e data. Nos estados brasileiros não mencionados, o eclipse não será visível.

Como será o eclipse solar anular?

Um eclipse anular do Sol passa por quatro fases principais, chamadas de primeiro, segundo, terceiro e quarto contato. Brevemente:

  • O primeiro contato é quando a Lua “toca” o Sol (mais ou menos 90 minutos antes da anularidade);
  • O segundo contato é quando o próprio “Anel de Fogo” começa a se formar;
  • Quando a anularidade começa a se desfazer, temos o terceiro contato;
  • O quarto contato é quando a Lua “toca” o Sol pela última vez (mais ou menos 90 minutos após o “Anel de Fogo”.

Em cada uma dessas etapas, diferentes efeitos são sentidos pela Terra – conheça detalhes aqui.

Eclipse solar anular do sol em Hofuf, Arábia Saudita, em 2019. Crédito: Matthew Starling – IstockPhoto

Desta vez, o percurso do eclipse passará principalmente pelo oceano, o que significa que apenas 0,002% da população mundial – cerca de 175 mil pessoas – terá a oportunidade de observar o “Anel de Fogo” completo.

Nas regiões onde a Lua projeta uma sombra externa mais clara, conhecida como penumbra, o eclipse será parcial e poderá ser visto por 245 milhões de pessoas, o que representa 3% da população mundial.

Observar um eclipse solar requer cuidados especiais com os olhos, mesmo em locais onde a fase do “Anel de Fogo” não pode ser vista.

“Observar um eclipse solar pode ser muito perigoso, e se fizer de forma errada pode até perder a visão”, alerta Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB). diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e colunista do Olhar Digital. “Nunca olhe para o Sol sem utilizar equipamentos adequados ou filtros especialmente concebidos para esse fim.”

Mas atenção: nada de óculos de sol tradicionais ou mesmo aquelas placas de raio X. Descubra como observar o eclipse com segurança aqui.

Observar um eclipse diretamente é muito perigoso – é melhor usar óculos apropriados. Crédito: Moch Fachrurrozi K – Shutterstock

Como assistir on-line

Para você não perder nada desse evento incrível, o Olhar Digital vai ao ar às 15h20, com todas as imagens do eclipse solar anular, incluindo o “Anel de Fogo”.

Com apresentação de Bruno Capozzi, nosso editor executivo, Lucas Soares, editor de Ciência e Espaço, e do astrônomo Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon), a live será transmitida em todos os canais oficiais do Olhar Digital:não YouTube, Facebook, Instagram, LinkedIn e TikTok.





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