Conforme relatado por Olhar Digitalesta semana acontece a última Superlua do ano. Mas, antes de protagonizar esse espetáculo incrível, o satélite natural da Terra passará por um momento especial junto com Saturno nesta segunda-feira (14) – uma espécie de “eclipse” do planeta anelado.
Infelizmente, porém, o fenômeno (oficialmente chamado de “ocultação lunar”) não será visível em todo o mundo, e o Brasil ficará de fora disso. De acordo com o guia de observação astronômica InTheSky.orgapenas aqueles que se encontram numa área que abrange algumas partes de África, Europa e Ásia poderão testemunhar a cena.
Ocultação lunar de Saturno
As ocultações lunares são visíveis apenas em uma pequena fração da superfície da Terra. Como a Lua está muito mais próxima do nosso planeta do que outros objetos celestes, a sua posição no céu difere dependendo da localização exata do observador devido à sua grande paralaxe (diferença na posição aparente de um objeto em relação a um fundo, tal como visto por observadores em diferentes locais ou por um observador em movimento).
A posição da Lua vista de dois pontos em lados opostos da Terra pode variar em até dois graus, ou quatro vezes o diâmetro da Lua cheia. Isso significa que se a Lua estiver alinhada para passar na frente de um objeto específico para um observador posicionado em um lado da Terra, ela aparecerá a até dois graus de distância desse objeto do outro lado do globo.
No mapa acima, contornos distintos mostram onde o desaparecimento de Saturno é visível (em vermelho) e onde será possível testemunhar o seu reaparecimento (em azul). Listras sólidas mostram onde a ocultação provavelmente será visível através de binóculos a uma altitude razoável no céu. Os contornos pontilhados, por sua vez, indicam onde o evento ocorre acima do horizonte, mas podem não ser visíveis devido ao céu estar muito claro ou à Lua muito próxima do horizonte.
Fora dos contornos, a Lua não passa na frente do gigante gasoso em nenhum momento, ou fica abaixo do horizonte no momento do “eclipse”.
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Lua e Saturno estão bem próximos no céu brasileiro
Embora a ocultação lunar de Saturno só possa ser vista nas regiões citadas, o planeta pode ser observado bem próximo da Lua nos céus de outras partes da Terra – inclusive do Brasil – poucas horas após a chamada conjunção astronômica. Este termo refere-se ao momento em que duas estrelas compartilham a mesma ascensão reta (coordenada astronômica equivalente à longitude da Terra).
Como isso isso vai acontecer às 15h12 (horário de Brasília), em plena luz do dia, a dupla ainda não será visível.
No céu de São Paulo, por exemplo, eles começam a aparecer por volta das 17h40, 43º acima do horizonte no sentido leste, atingindo seu ponto mais alto no céu às 20h44, 8º° acima do horizonte sul. O par permanece observável até por volta das 2h do dia seguinte, antes do pôr do sol.
A Lua terá magnitude de -12,7, enquanto Saturno terá magnitude de 0,6, ambos na constelação de Aquário. Quanto mais brilhante um objeto parece, menor é o seu valor de magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o objeto mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.
O par estará próximo o suficiente para caber no campo de visão de um telescópio, mas também será visível a olho nu ou através de um par de binóculos.
Neste mês, a Lua ainda passa por Júpiter (21) e Marte (23). Esta série de conjunções mensais ocorre porque orbita a Terra aproximadamente no mesmo plano em que os planetas orbitam o Sol, denominado plano eclíptico.
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