A Rússia está por trás da desinformação viral contra Walz, diz oficial de inteligência

outubro 23, 2024
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A Rússia está por trás da desinformação viral contra Walz, diz oficial de inteligência



WASHINGTON (AP) – Grupos na Rússia criaram e ajudaram a espalhar desinformação viral visando o candidato democrata à vice-presidência, Tim Walz, disse terça-feira um alto funcionário da inteligência dos EUA.

O conteúdo, que inclui alegações infundadas sobre a época em que o governador de Minnesota foi professor, contém vários indícios de que foi manipulado, disse o funcionário do Gabinete do Diretor de Inteligência Nacional.

Os analistas identificaram pistas que ligam o conteúdo às operações de desinformação russas, disse o funcionário, que informou os repórteres sob condição de anonimato, de acordo com as regras estabelecidas pelo gabinete do diretor.

Os investigadores digitais já haviam vinculado o vídeo à Rússia, mas o anúncio de terça-feira é a primeira vez que as autoridades federais confirmam a conexão.

A desinformação dirigida a Walz é consistente com a desinformação russa que procura minar a campanha democrata da vice-presidente Kamala Harris e de Walz, o seu companheiro de chapa. A Rússia também espalhou desinformação com o objetivo de alimentar a discórdia e a divisão antes da votação, disseram as autoridades, e pode tentar encorajar protestos violentos após o dia das eleições.

No mês passado, analistas da Microsoft revelaram que um vídeo viral fazendo afirmações infundadas de que Harris deixou uma mulher paralisada em um acidente de atropelamento há 13 anos era desinformação russa. Mais recentemente, surgiu um vídeo apresentando um homem que afirma ser um ex-aluno de Walz que acusou o candidato de má conduta sexual anos atrás. Investigadores particulares de empresas que rastreiam desinformação, incluindo a NewsGuard, já concluíram que o vídeo era falso e que o homem nas imagens não é quem afirmava ser.

A Associated Press contatou um ex-empregador do homem cuja identidade foi usada no vídeo. O empresário Viktor Yeliohin confirmou que o homem do vídeo era um impostor.

Alguns investigadores também sugeriram que o vídeo pode conter provas de que foi criado com recurso a inteligência artificial, mas as autoridades federais não chegaram à mesma conclusão, afirmando apenas que o vídeo continha múltiplos indícios de manipulação.

A China e o Irão também tentaram influenciar as eleições nos EUA recorrendo à desinformação online. Enquanto a Rússia atacou a campanha democrata, o Irão perseguiu o republicano Donald Trump com desinformação e pirataria informática na campanha do antigo presidente. Entretanto, a China concentrou os seus esforços de influência em eleições negativas e em esforços gerais para semear a desconfiança e a insatisfação democráticas.

Não há indicação de que a Rússia, a China ou o Irão estejam a planear ataques significativos às infra-estruturas eleitorais como forma de alterar o resultado, disseram autoridades na terça-feira.

Jen Easterly, diretora da Agência de Segurança Cibernética e de Infraestrutura dos EUA, disse que as melhorias na segurança eleitoral significam que não há como qualquer outro adversário estrangeiro alterar os resultados.

A Rússia, a China e o Irão rejeitaram as alegações de que procuram interferir nas eleições dos EUA. Mensagens deixadas na embaixada russa solicitando comentários sobre o vídeo de Walz não foram respondidas imediatamente na terça-feira.

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A redatora da Associated Press, Melissa Goldin, contribuiu para este relatório de Nova York.



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