Poluição por metais gera efeitos tóxicos na vida marinha

novembro 9, 2024
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Poluição por metais gera efeitos tóxicos na vida marinha


A poluição por metais é uma das maiores ameaças à biodiversidade marinha. Cientistas do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) realizaram uma série de investigações sobre os efeitos tóxicos de diferentes substâncias e como misturá-las pode ser ainda mais perigosa para os organismos que vivem no oceano.

Os resultados deste estudo foram divulgados recentemente em três pesquisas diferentes:

  • O primeiro avaliou os efeitos tóxicos da mistura de metais presentes no oceano sobre um tipo de zooplâncton.
  • Verificou-se que o impacto da combinação de substâncias era suficientemente preocupante para justificar a revisão dos actuais limites legais para metais na água.
  • Os outros dois estudos investigaram os efeitos dos metais em uma espécie de microalga.
  • Ambos mostraram que as substâncias podem causar danos ao metabolismo e ao desenvolvimento do organismo.

Em um dos estudos, publicado na revista Boletim de Poluição Marinhapesquisadores analisaram as reações entre 21 misturas homogêneas dos metais arsênico, cádmio, cobre, ferro, mercúrio, chumbo e zinco e como essas novas substâncias afetam as colônias de um organismo chamado Proales similisuma espécie de animal microscópico que faz parte do zooplâncton.

Quando analisadas utilizando o modelo de interpretação de dados TU50, 20 das 21 misturas “sinérgicas” – isto é, tendo um efeito mais forte quando juntas do que quando separadas – mostraram um impacto amplificado. Posteriormente, uma ferramenta mais robusta, chamada MIXTOX, identificou sinergismo em 13 das 21 combinações de metais.

Resumo gráfico do estudo sobre contaminantes metálicos na água – Imagem: Boletim de Poluição Marinha

Esses dados, segundo os pesquisadores, mostram que os atuais limites legais para a presença de cada metal na água precisam ser revistos, pois a mistura de substâncias aumenta seus efeitos tóxicos.

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Os cientistas também investigaram o impacto das nanopartículas de tungstato de zinco (um material semicondutor) em uma microalga chamada Raphidocelis subcapitata. Os resultados mostraram que a substância é tóxica para as algas e pode afetar o seu crescimento.

A descoberta destaca a importância do monitoramento da presença desse material em ambientes aquáticos, pois ele também é utilizado para limpeza de áreas contaminadas.

Microalgas crescendo em laboratório – Ekky Ilham/Shutterstcok

Além disso, outro estudo analisou como os metais cobalto e níquel afetam as mesmas microalgas. Sozinhos, os metais alteraram o metabolismo das algas. Mas, quando combinados, seus efeitos variaram: em algumas doses, os metais agiram sinergicamente, ou seja, juntos causaram mais danos.

As conclusões dos estudos foram publicadas, respectivamente, nas revistas Quimosfera e Ecotoxicologia.

Um grupo de cientistas do Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP explica ao portal de informações da fundação que ainda são necessários novos estudos para compreender a extensão do impacto da combinação de metais nos organismos marinhos.

Reforçam ainda que as descobertas sobre as microalgas são um alerta. Esses organismos são muito sensíveis aos poluentes e estão na base da cadeia alimentar, o que significa que qualquer dano a eles pode afetar outros seres vivos.





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