Transcrição: Senador Bill Hagerty em “Face the Nation with Margaret Brennan”, 10 de novembro de 2024

novembro 10, 2024
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Transcrição: Senador Bill Hagerty em “Face the Nation with Margaret Brennan”, 10 de novembro de 2024


A seguir está uma transcrição de uma entrevista com o senador Bill Hagerty, republicano do Tennessee, em “Face the Nation with Margaret Brennan”, que foi ao ar em 10 de novembro de 2024.


MARGARET BRENNAN: E voltamo-nos agora para o senador republicano do Tennessee, Bill Hagerty, que também foi embaixador dos EUA no Japão.

SEN. BILL HAGERTY: –Sim, Margarita.

MARGARET BRENNAN: Durante a primeira administração Trump. É bom ter você aqui.

SEN. HAGERTY: É bom estar com você.

MARGARET BRENNAN: Então Donald Trump tem este mandato amplo, e os republicanos também. Você considera esta uma presidência descontrolada?

SEN. HAGERTY: Acho que esta é uma presidência que tem um mandato como não víamos, como você mencionou, há 36 anos. O público americano falou alto e claro. E acho que se você voltar à sua entrevista com Bob, há vários lugares onde Washington esteve fora de contato com o povo americano. Você mencionou a Ucrânia, acho que é um ótimo exemplo. O povo americano quer a soberania protegida aqui nos Estados Unidos antes de gastarmos os nossos fundos e recursos para proteger a soberania de outra nação. Se pensarmos bem, enviámos 175 mil milhões de dólares de ajuda americana à Ucrânia. Isso representa mais de três vezes todo o orçamento anual do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos. Fui um dos poucos senadores no Senado dos Estados Unidos a votar e a opor-me a cada cêntimo desta ajuda à Ucrânia. Tenho ouvido o povo americano. Devemos primeiro nos concentrar em nossos próprios problemas. E Mitch McConnell, do Wall Street Journal, acreditou muito em mim, mas é sobre isso que o povo americano falou e quer que façamos. Nunca deveríamos ter estado na Ucrânia. É o resultado de políticas fracassadas, de políticas energéticas fracassadas, do fracasso no Afeganistão…

MARGARET BRENNAN: –Não há presença americana na Ucrânia

SEN. HAGERTY: Não, exceto nossos fundos. Refiro-me à enorme quantidade de fundos, novamente, 175 mil milhões de dólares. É uma quantia enorme, como eu disse, mais de três vezes o orçamento do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos. O povo americano quer concentrar-se na resolução dos nossos problemas aqui, e com o colapso das fronteiras e o crime nas cidades, precisamos de prestar atenção à América.

MARGARET BRENNAN: Então isso significa apenas cortes na ajuda militar americana a todos os países?

SEN. HAGERTY: O que isso significa é que devemos primeiro concentrar-nos deliberadamente nos Estados Unidos. Mas devemos liderar a partir de uma posição de força, Margaret. Como eu disse, não estaríamos nesta posição. Agora o que temos é uma administração que permite à Rússia vender a 60 dólares o barril. O argumento que defendem é que isso reduz os lucros da Rússia. O que realmente faz é subsidiar a China para que volte a competir, injustamente connosco, com uma vantagem no custo da energia. E mantemos Vladimir Putin financiando totalmente esta guerra na Ucrânia. Precisamos parar com isso. Precisamos voltar a produzir a nossa própria energia e acabar com a Rússia. Curiosamente, chamarei isso de efeito Trump. Mas apenas nas últimas 72 horas, o que vimos foi a UE dizer: “Talvez devêssemos substituir o GNL russo pelo GNL americano. Viram-no na cidade de Nova Iorque…

MARGARET BRENNAN: — Bem, isso já vem sendo falado há algum tempo…

SEN. HAGERTY: Não emitiremos mais cartões de débito para imigrantes ilegais. Caravanas de migrantes estão a ser dispersas sob a fronteira e desviadas. O Reino Unido disse que vamos aumentar o nosso orçamento de defesa em cerca de 2,5% desde que o Presidente Trump foi eleito.

MARGARET BRENNAN: Parte disso já estava em andamento, mas deixe-me perguntar especificamente sobre a Ucrânia. Assim, o primeiro-ministro da Hungria disse que Donald Trump lhe disse que cortaria o apoio à Ucrânia. Penso que o senhor está a dizer aqui que no novo Congresso não haverá mais ajuda para a Ucrânia.

SEN. HAGERTY: Certamente não votei a favor de nenhuma ajuda.

MARGARET BRENNAN: Eu sei que não, mas esse é o mandato?

SEN. HAGARTY: E acho que o Presidente Trump encontrará – o Presidente Trump encontrará uma maneira de resolver isso. Eu não vou passar na frente dele. Tenho certeza de que ele encontrará uma maneira de lidar com isso que seja do interesse do povo americano e acabará com a matança. Veja o que aconteceu na Ucrânia, é terrível. As pessoas estão morrendo. Eles continuam morrendo. Mas temos que parar com isso.

MARGARET BRENNAN: Mas o problema é o seguinte: também estamos olhando essa escalação como um eixo de adversários, certo? Você tem o time iraniano, você tem o time chinês…

SEN. HAGARTY: –Profundamente preocupante, sim–

MARGARET BRENNAN: Certo. Você tem pessoal norte-coreano no campo de batalha. Portanto, esta ideia de que a Ucrânia está de alguma forma divorciada do resto da geopolítica não parece sustentar-se. É motivo de profunda preocupação para alguns dos nossos aliados asiáticos, o Japão e a Coreia do Sul. Então, como você conseguirá fazer isso sem complicar o tabuleiro de xadrez?

SEN. HAGARTY: Bem, acho que ficou complicado porque os Estados Unidos não estão numa posição de força. A razão é que a Rússia foi totalmente financiada graças a políticas que lhe permitem vender energia.

MARGARET BRENNAN: – sobre a Rússia, sejam eles ou não…

SEN. HAGARTY: No Irã, nós os fechamos. O Irão estava falido, independentemente de serem ou não capazes de financiar o terrorismo em todo o mundo, tivemos pressão máxima.

MARGARET BRENNAN: – Em parte porque eles têm todos esses outros adversários com quem fazem negócios, certo? Porcelana –

SEN. HAGERTY: Eles não poderiam fazer isso sob a administração Trump. É por isso que vimos a paz irromper no Médio Oriente. Sem fechar o Irão, que foi o que fizemos durante a campanha de pressão máxima. O presidente Trump liderou isso. Podemos transferir a nossa embaixada de Tel Aviv para Jerusalém. Todos disseram que isso não poderia acontecer. Ele fez isso com os Acordos de Abraham. A paz estava a surgir no Médio Oriente porque o Irão não conseguia financiar o terrorismo. Assim que a administração Biden entrou, eles pararam de aplicar…

MARGARET BRENNAN: –Houve ataques do Irã durante a administração Trump–

SEN. HAGERTY: –Nada no nível que vimos aqui–

MARGARET BRENNAN: E o assassinato de Qasem Soleimani, mas no Médio Oriente. O primeiro-ministro de Israel disse esta manhã que conversou três vezes com o presidente Trump nos últimos dias e eles falaram sobre o Irão e discutiram um plano de paz. Você sabe qual foi o conteúdo dessas conversas?

SEN. HAGERTY: Não, e se o fizesse, não os discutiria aqui, porque têm de ser abordados com muito cuidado.

MARGARET BRENNAN: Bem, uma das razões pelas quais pergunto é porque temos o prazo de meados de Novembro que o Departamento de Estado e o Pentágono estabeleceram para Israel melhorar o fluxo de ajuda aos dois milhões de residentes de Gaza. A ONU diz que já há fome ou que está à beira da fome. Se for descoberto que Israel está realmente violando. A lei americana, ela os responsabilizaria? Deveria haver consequências? Porque são beneficiários da ajuda americana.

SEN. HAGERTY: Bem, tive grandes divergências com esta administração em termos de como eles administraram todas as suas políticas.

MARGARET BRENNAN: Mas esta é a lei americana, não se trata apenas desta administração. É o direito humanitário.

SEN. HAGERTY: Penso que o que vimos explodir novamente nas últimas 70 horas desde que o Presidente Trump ganhou as eleições é que o Hamas procura agora a paz completa. Então acho que a atmosfera mudou totalmente.

MARGARET BRENNAN: O que você quer dizer?

SEN. HAGERTY: Eles anunciaram que gostariam de ver a paz. Eles gostam de ver a paz em Gaza. Vamos ver onde é isso…

MARGARET BRENNAN: Você – você acha que um acordo de reféns será negociado durante a presidência de Trump?

SEN. HAGERTY: Gostaria de ver o que o Hamas quer dizer com esta declaração. Mas parece que todo o ambiente está mudando agora…

MARGARET BRENNAN: –Sim–

SEN. HAGERTY: – Porque eles veem uma nova liderança chegando. E isso encoraja-me, e penso que teremos novas oportunidades para, mais uma vez, o Presidente Trump conseguir alcançar a paz através da força. Acho que isso está a caminho e estou otimista sobre o que pode levar a isso.

MARGARET BRENNAN: Então, uma das dinâmicas interessantes que vimos nesta eleição foi que o Sr. Trump foi capaz de, de certa forma, fazer campanha com sucesso e separar os eleitores muçulmanos, os eleitores árabes, certamente no estado de Michigan, ele Eles viram um pouco disso. Você acredita? E ficaram frustrados com a matança em Gaza. Como resultado, você acha que Trump acabará tendo mais margem de manobra aqui para talvez responsabilizar o primeiro-ministro israelense, ou ele apenas lhe dará luz verde?

SEN. HAGERTY: Acho que o que o presidente Trump vai fazer é focar na causa raiz. Tomando emprestado um termo que foi muito usado na última gestão. Centrar-se-á no Irão porque a causa disto é o financiamento iraniano e a formação do Hamas, do Hezbollah e dos Houthis. Isso nunca teria acontecido…

MARGARET BRENNAN: – mas em termos de –

SEN. HAGERTY: — Exceto pelo fato de terem liberado a aplicação de sanções.

MARGARET BRENNAN: — Respeite o direito internacional e as normas legais americanas para com os destinatários da ajuda militar americana, você acha que manterá isso?

SEN. HAGERTY: O Presidente Trump respeitará certamente a lei americana, mas também garantirá que os nossos aliados recebam os cuidados adequados e que os nossos adversários sejam tratados em conformidade.

MARGARET BRENNAN: Portanto, não preciso lhe dizer isso, porque você conhece muito bem a Ásia, mas cinco dos sete tratados de compromisso dos EUA estão na Ásia-Pacífico. Os Estados Unidos têm uma enorme exposição lá. A última vez que Donald Trump foi presidente, ele falou sobre a retirada das tropas americanas do Japão e da Coreia do Sul. A redução da presença militar na Ásia é agora uma prioridade?

SEN. HAGERTY: Acho que isso remonta novamente ao fracasso da elite aqui em Washington, Margaret, em entender como um empresário negocia. Todos precisam sentar e conversar sobre quais são as opções. Apoiamos a presença militar naquela área desde a Segunda Guerra Mundial, desde a Guerra da Coreia. Um investimento significativo em nome do povo americano. Esses investimentos foram feitos numa altura em que estas economias estavam em colapso. Hoje eram países em desenvolvimento. São países totalmente desenvolvidos. É completamente relevante e penso que é apropriado que o Presidente Trump discuta isso dentro do nível de apoio…

MARGARET BRENNAN: — Mas em termos de sinalização de força, dizer que poderíamos nos livrar de nossos aliados não é exatamente uma mensagem positiva, não é?

SEN. HAGERTY: Penso que a mensagem deveria ser que os nossos aliados podem e devem avançar na medida do possível. Fortaleça suas próprias capacidades. Estamos vendo isso acontecer. Estamos a ver isso no Japão: eles concordaram em duplicar o seu orçamento de defesa de 1% para 2% do PIB. Esse é um desenvolvimento positivo. Eles estão tentando trabalhar mais de perto conosco. Acho que na administração do presidente Trump, definitivamente o farão. Esta é a direção que devemos tomar. O mesmo para a Coreia do Sul.

MARGARET BRENNAN: Antes de eu deixar você ir. Você faz parte de vários comitês poderosos do Senado. Você acha que é mais útil para Trump no Senado ou ingressaria no gabinete dele se solicitado?

SEN. HAGERTY: Direi apenas o seguinte: tive o privilégio de ter uma carreira tremenda nos negócios, mas uma das maiores honras da minha vida foi representar os Estados Unidos, o maior país do mundo, na administração do Presidente Trump no estrangeiro. Também foi uma das maiores honras da minha vida representar o povo do Tennessee no Senado dos Estados Unidos. Qualquer que seja o papel que você ocupe no futuro, você avançará. Tratar-se-á de promover as posições que o Presidente Trump articulou, que o povo americano apoiou esmagadoramente, e farei isso em qualquer papel que seja necessário, mas veremos a América forte novamente.

MARGARET BRENNAN: Senador Hagerty, obrigada pelo seu tempo.

SEN. HAGERTY: Muito obrigado, Margaret.



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