Em 1986, a sonda Voyager 2 da NASA sobrevoou Urano, obtendo o primeiro – e ainda único – vislumbre detalhado do peculiar planeta gelado.
Embora tenha revelado novas luas e anéis, a missão também apresentou mistérios que desafiaram os cientistas. Um dos maiores enigmas envolvia as partículas energizadas que orbitam Urano, o que parecia contradizer o funcionamento dos campos magnéticos e a sua capacidade de capturar radiação. O planeta passou então a ser considerado uma anomalia do Sistema Solar.
Agora, uma nova análise dos dados recolhidos pela sonda esclareceu a origem deste fenómeno. Matéria publicada segunda-feira (11) na revista Astronomia da Natureza descreve a pesquisa de que, antes do sobrevoo, Urano foi atingido por um tipo raro de clima espacial, que comprimiu drasticamente a magnetosfera do planeta.
“Se a Voyager 2 tivesse chegado apenas alguns dias antes, teria observado uma magnetosfera completamente diferente”, afirma Jamie Jasinski, do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA, principal autor do estudo, em comunicado. declaração. As condições que a sonda encontrou ocorreram apenas 4% das vezes, o que ajudou a explicar os comportamentos inesperados observados.
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A magnetosfera de Urano intriga os cientistas
As magnetosferas funcionam como uma espécie de “escudo” ao redor dos planetas, protegendo-os da radiação do vento solar. A de Urano, porém, estava em um estado incomum, o que deixou os cientistas confusos.
No sobrevôo de 38 anos atrás, a Voyager 2 detectou cinturões de radiação de elétrons com uma intensidade quase tão forte quanto a de Júpiter, mas sem uma fonte visível de partículas energizadas. Além disso, a magnetosfera do planeta parecia praticamente desprovida de plasma, algo que contradizia o que se esperava das luas geladas de Urano, que deveriam gerar íons de água.
A nova pesquisa sugere que o vento solar, ao comprimir a magnetosfera, provavelmente expeliu plasma do sistema uraniano. Este evento também pode ter intensificado temporariamente a dinâmica da magnetosfera, o que ajudou a alimentar os cinturões de radiação com elétrons.
Isto pode significar que as luas de Urano, ao contrário do que se pensava anteriormente, são geologicamente ativas e capazes de libertar iões no ambiente.
Estas descobertas abrem novas possibilidades para futuras missões a Urano. A NASA incluiu o estudo do planeta como prioridade em sua Pesquisa Decadal de Ciência Planetária e Astrobiologia publicada em 2023.
Atualmente a quase 21 mil milhões de quilómetros da Terra, a sonda Voyager 2 continua a obter dados valiosos sobre os mistérios do espaço interestelar, enquanto os cientistas reavaliam tudo o que sabem sobre o sistema uraniano.
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