Câmara aprova mercado de carbono no Brasil

novembro 20, 2024
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Câmara aprova mercado de carbono no Brasil


A Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (19), o projeto de lei (PL) que regulamenta o mercado de carbono no Brasil, como a compra e venda de créditos de carbono. O texto segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O PL já havia sido aprovado pelos senadores no início do mês, mas não foi votado por falta de quórum (número mínimo de parlamentares necessários para votar uma matéria).

Projeto de lei regula mercado de carbono no Brasil (Imagem: Clare Louise Jackson/Shutterstock)

O que diz o PL do mercado de carbono

Em linhas gerais, o PL cria regras para o mercado de carbono no Brasil, propondo um sistema de compra e venda de créditos de carbono. Na prática, as empresas que emitem menos carbono acumulam créditos e podem vender às que emitem mais, para que haja equilíbrio.

O Olhar Digital explicou alguns dos principais pontos do PL do mercado de carbono neste link. Vamos resumir:

  • Além da negociação entre empresas, os créditos de carbono podem ser comprados e vendidos através da aquisição de áreas verdes;
  • Outra forma é gerar crédito por meio de projetos que incentivem a redução de emissões, como a geração de energia renovável;
  • Os governos estadual e federal também podem vender créditos relacionados a terras públicas. A proposta é que os estados possam vender crédito de área privada ou de área concedida à iniciativa privada, desde que autorizado pelo proprietário;
  • No processo anterior não houve acordo sobre transferência e conquista de áreas indígenas. No PL que está sendo aprovado pelo presidente Lula, as comunidades indígenas e quilombolas têm direito aos créditos gerados em suas terras, 50% em projetos de remoção de gases e 70% em projetos de preservação.
Os créditos de carbono também podem ser negociados pelos governos (Imagem: Wikimedia Commons)

Como funciona o sistema

Além de regulamentar a compra e venda de créditos de carbono, o PL também regulamenta o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE). Estabelecerá um limite de cotas de emissões de gases de efeito estufa para empresas durante o período de um ano, especialmente indústrias.

A expectativa é atingir de quatro a cinco mil empresas, que, juntas, emitem mais de 25 mil toneladas de gases poluentes por ano. Alguns dos sectores mais afectados serão provavelmente as indústrias química, do alumínio, do aço e do cimento. O agronegócio ficou de fora da regulamentação.

Na prática, as empresas precisarão reportar todas as suas emissões ao governo nos primeiros dois anos, para criar um histórico. Depois, o cálculo será feito por empresas especializadas. Após esse período, as licenças de emissão serão gratuitas e poderão ser negociadas em bolsas de valores, com a devida regulamentação e fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que cuida do sistema de compra e venda de ações.

A entidade contará com o apoio de um comitê interministerial de Mudanças Climáticas, que também será responsável pela geração do fluxo de recursos, bem como pela incidência de impostos sobre o patrimônio.

Leia mais:

Afinal, o que é o mercado de créditos de carbono?

O mercado de créditos de carbono é um sistema de compensação de emissões, sendo um dos pilares para os países cumprirem as metas do Acordo de Paris, assinado em 2015 por quase 200 países.

Através dele, as nações comprometeram-se a conter o avanço do aquecimento global através de medidas práticas.





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