O planeta que poderia ter tornado a Terra inabitável

novembro 27, 2024
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O planeta que poderia ter tornado a Terra inabitável


Um estudo recente conduzido por cientistas do Instituto de Tecnologia da Flórida, nos Estados Unidos, simulou uma versão alternativa do nosso Sistema Solar. Nele, um planeta do tipo super-Terra foi inserido entre Marte e Júpiter.

Os resultados indicam que a presença de um corpo celeste com essas características poderia desestabilizar o equilíbrio orbital e climático da Terra, tornando difícil ou mesmo impossível a existência de vida como a conhecemos.

Impressão artística de parte do Sistema Solar. O estudo explora o que aconteceria se existisse uma super-Terra no lugar dos asteróides entre Marte e Júpiter (Imagem: NASA)

Super-Terras, planetas maiores que a Terra, mas menores que Netuno, são comuns em sistemas planetários de outras estrelas da Via Láctea. Contudo, a sua ausência no Sistema Solar parece ser fundamental para a estabilidade das órbitas dos planetas interiores e, consequentemente, para a habitabilidade do nosso planeta.

Simulando um Sistema Solar alternativo

  • Os cientistas Emily Simpson e Howard Chen modelaram como seria o Sistema Solar se uma super-Terra orbitasse o Sol entre Marte e Júpiter.
  • Se os gigantes gasosos tivessem se formado com menos massa durante a fase inicial do Sistema Solar, poderia ter havido espaço e material suficientes para tal planeta emergir nesta região.
  • Chen explicou que, embora a configuração do nosso Sistema Solar seja incomum, sistemas com super-Terras em posições semelhantes podem ser frequentes em outras partes da galáxia.
  • Estas condições, no entanto, poderiam comprometer seriamente a habitabilidade dos planetas rochosos próximos.
super-terra
A existência de uma super-Terra em nosso Sistema Solar teria mudado toda a dinâmica da vida na Terra (Imagem: kitti Suwanekkasit/Shutterstock.com)

Impactos de uma super-Terra nas órbitas e no clima

A presença de uma super-Terra no nosso Sistema Solar poderia desestabilizar as órbitas de planetas rochosos, como Marte, Vénus e a própria Terra. A gravidade de um planeta tão grande alteraria as órbitas para formas mais excêntricas e inclinadas, resultando em mudanças drásticas nas condições climáticas. Os planetas poderiam experimentar verões e invernos extremos, bem como transições rápidas entre eras glaciais e períodos de aquecimento.

Segundo os pesquisadores, os piores cenários envolvem planetas entre 10 e 20 vezes mais massivos que a Terra. “Quanto maior a massa da super-Terra, pior se torna a situação”, disse Chen. Um planeta com uma órbita altamente excêntrica seria ainda mais destrutivo, empurrando os planetas vizinhos para trajetórias instáveis.

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Habitação em cenários instáveis

Mesmo uma super-Terra com uma massa ligeiramente superior à da Terra poderia representar desafios significativos à habitabilidade do nosso planeta. Segundo o estudo, um planeta com cerca de duas vezes a massa do nosso planeta, posicionado entre Marte e Júpiter, causaria climas mais extremos, mas ainda assim deixaria o planeta, em média, habitável.

Estes resultados levantam questões sobre a habitabilidade de outros sistemas planetários. Mesmo os planetas localizados na chamada “zona habitável” podem enfrentar dificuldades em sustentar vida se partilharem o seu sistema com super-Terras, cujas influências gravitacionais podem causar climas extremamente instáveis.





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