Não faltaram eventos astronômicos extraordinários em 2024, como eclipses, passagens de cometas, chuvas de meteoros, duas Superluas, tempestades solares recordes e auroras espetaculares, que encantaram os observadores do céu.
Esses foram apenas alguns dos destaques entre os diversos fenômenos celestes deste ano, que também contou com conjunções astronômicas tradicionais, além de movimentos planetários, ocultações e muito mais.
Vamos relembrar os eventos astronômicos mais incríveis do ano:
Eclipses
O ano de 2024 teve quatro eclipses: dois da Lua e dois do Sol. Ocorrendo no dia 25 de março, o primeiro foi um eclipse lunar penumbral (saiba mais aqui). Este evento pôde ser observado na Antártica, no Alasca, no nordeste da Rússia e no continente americano (incluindo o Brasil).
O outro eclipse lunar do ano aconteceu no dia 18 de setembro e foi parcial – e parte do Brasil pôde presenciar uma fração do evento.
Os eclipses solares ocorreram nos dias 8 de abril e 2 de outubro, sendo o primeiro total e o segundo anular. O eclipse solar total foi observado apenas na América do Norte, enquanto o outro poderia ser seguido por um amplo caminho através do Oceano Pacífico e sul da América do Sul, começando no sul do Havaí, no Pacífico Norte, e estabelecendo-se ao norte do Havaí. Geórgia do Sul, no Atlântico Sul.
Muito pouco desse caminho cruzou o solo, com apenas Rapa Nui (Ilha de Páscoa) e partes do sul do Chile e da Argentina dentro do caminho da anularidade – ou seja, podendo presenciar a formação de um “Anel de Fogo” no céu.
Em algumas regiões do Brasil foi possível observar parte do evento. Os estados que conseguiram ver o eclipse parcial do Sol, em ordem crescente de maior percentual oculto do Sol, foram: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso e Bahia.
Sem dúvida, quando se trata de cometas, 2024 foi o ano deles: C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) e C/2024 S1 (ATLAS), que disputaram o título de mais brilhantes do século. Porém, enquanto o primeiro apenas garantiu a liderança da década, o segundo não resistiu à passagem próxima do Sol e acabou morrendo sem atingir uma luminosidade significativa.
Descoberto no dia 27 de setembro no Havaí pelo projeto ATLAS (Asteroid Earth Impact Last Alert System), o cometa C/2024 S1 foi inicialmente identificado como objeto “A11bP7I”. Após observações adicionais, foi confirmado como membro da família Kreutz de cometas rasantes, em homenagem ao astrônomo alemão Heinrich Kreutz, o primeiro a demonstrar uma relação entre eles.
Isto levantou grandes expectativas, já que se sabe que alguns cometas deste grupo desenvolvem impressionantes caudas luminosas após passarem pelo ponto mais próximo do Sol. Infelizmente, porém, não foi esse o caso, pois o C/2024 S1 (ATLAS) não sobreviveu a este encontro, ocorrido no dia 28 de outubro.
C/2023 A3 permaneceu visível até ao final do ano, embora cada vez mais distante da Terra na sua viagem de ida para longe do Sistema Solar.
Chuvas de meteoros
Existe um calendário oficial de chuvas de meteoros, eventos que acontecem sempre nos mesmos horários, todos os anos. Por exemplo, em maio sempre temos a chuva de meteoros Eta Aquáridas, que é causada quando a Terra passa por detritos da última passagem do famoso cometa Halley. Outra chuva que vem do mesmo objeto é a das Orionidas, que ocorre em outubro.
De referir ainda as notáveis Perseidas, que marca o mês de Agosto, e as Geminidas, em Dezembro, que em dias de actividade máxima permite testemunhar até 120 “estrelas cadentes” por hora, dependendo do local de observação e das condições do céu.
Superluas
Este ano, tivemos duas Superluas (embora alguns acreditem que foram quatro). Em suma, seguindo o conceito estabelecido pela astronomia, para ser classificada como “super”, a Lua deve entrar na fase cheia 24 horas antes ou depois de atingir o perigeu (ponto mais próximo da Terra).
Em 2024, isso só aconteceu em setembro e outubro. No caso de setembro, a fase completa começou às 23h34 (horário de Brasília) do dia 17. O perigeu lunar foi alcançado, por sua vez, às 10h22 do dia seguinte. Em outubro aconteceu o contrário: a Lua atingiu o perigeu no dia 16, às 21h50, e ficou completamente cheia no dia seguinte, às 8h26.
Embora alguns meios de comunicação tenham noticiado que as luas cheias de agosto e novembro também seriam “super”, se seguirmos rigorosamente a concepção acordada do termo, elas não se enquadram.
Em agosto, ficou cheio no dia 19, mas só atingiu o perigeu mais de 30 horas depois. E, em novembro, a Lua atingiu o perigeu às 8h15 do dia 14, ficando completamente cheia quase 34 horas depois, às 18h28 do dia seguinte.
Leia mais:
Máximo solar e tempestades recordes
Em outubro, a NASA anunciou que o Sol atingiu o seu pico de atividade no atual ciclo de 11 anos – o chamado máximo solar, que foi previsto pelos astrofísicos para acontecer em meados de 2025.
Não surpreendentemente, 2024 assistiu a eventos recordes relacionados com o Sol, como a erupção X14, a mais violenta desde 2003, e a maior tempestade geomagnética dos últimos 20 anos, ocorrida em maio, que provocou auroras de norte a sul de todo o globo, incluindo exibições próximas ao Brasil.
Outros
Este ano, também ocorreram numerosos movimentos no Sistema Solar, sendo a maioria deles relatados pelo Olhar Digitalcomo ocultações, corpos celestes em afélio e periélio, além de conjunções da Lua com planetas ou conjunções interplanetárias. Vale destacar um encontro próximo entre Marte e Júpiter, ocorrido em agosto e que só se repetirá em 2033.
Você está convidado a ficar conosco em 2025, para acompanhar todos os eventos astronômicos importantes do próximo ano – e neste link estão 10 deles, confira!
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