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A Sociedade de Conservação da Vida Selvagem (WCS) emitiu um comunicado alertando sobre o retorno da chamada bicheira do Novo Mundo (Cochliomyia hominivorax), uma mosca parasita que pode matar animais.
O animal foi considerado erradicado na América Central e nos Estados Unidos há mais de 30 anos, mas, segundo a organização, o tráfico ilegal de gado alimentou o rápido ressurgimento do parasita.
O primeiro caso em território mexicano foi confirmado em 23 de novembro de 2024. Em resposta, o Departamento de Agricultura dos EUA suspendeu temporariamente as importações de gado vivo do México, alegando riscos para a saúde pública.
“As larvas que se alimentam da pele e dos tecidos subjacentes do hospedeiro causam uma condição conhecida como miíase traumática ou de ferida, que pode ser fatal”, de acordo com a Organização Mundial de Saúde Animal.
Feridas tão pequenas quanto uma picada de carrapato podem atrair uma mosca fêmea para se alimentar e botar ovos. Uma fêmea pode botar de 200 a 300 ovos por vez e pode botar até 3.000 ovos durante sua vida de 10 a 30 dias, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
“Ao contornar os controles de saúde, muitas vezes com animais estressados, desnutridos e feridos, o contrabando de gado cria condições ideais para a transmissão transfronteiriça de doenças, incluindo brucelose, tuberculose e parasitas como a bicheira”, disse Jeremy Radachowsky, Diretor Regional da Wildlife Conservation Society for Mesoamérica.
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Rota ilegal
No comunicado divulgado no final do ano passado, a WCS explicou que o comércio ilegal de gado segue rotas transfronteiriças começando na Nicarágua e passando por Honduras e Guatemala antes de entrar no México e nos EUA.
O problema já havia sido detectado e documentado por uma equipe jornalística do InSight Crime em 2022 na reportagem “Vacas leiteiras – O funcionamento interno do tráfico de gado da América Central para o México” (“Vacas leiteiras – O funcionamento interno do tráfico de gado da América Central ao México”, na tradução literal).
A entidade defende medidas emergenciais para evitar o que classificou como “perdas econômicas catastróficas”:
- Fortalecer a fiscalização nas principais passagens de fronteira entre a Guatemala e o México, especialmente em Benemérito de las Américas e El Ceibo.
- Aplicar regulamentações e penalidades mais rigorosas para coibir o movimento ilegal de gado.
- Aumentar a colaboração entre governos e partes interessadas para desmantelar rotas ilegais de pecuária e impedir a propagação do parasita.
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