Por que o lipedema é mais comum em mulheres?

janeiro 25, 2025
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Por que o lipedema é mais comum em mulheres?


Você sabe o que é lipedema? Essa doença é crônica e se caracteriza pelo acúmulo anormal de gordura em algumas regiões do corpo, como pernas, braços, joelhos e coxas. Apesar de serem confundidas com obesidade, existem diferenças específicas entre as duas, principalmente devido à sua aparência desproporcional com o resto do corpo.

A doença é mais comum entre mulheres, e foi reconhecida como parte da Classificação Internacional de Doenças (CID) apenas em 2022. O lipedema teve grande repercussão na mídia após a modelo e influenciadora Yasmin Brunet revelar que convive com ela, revelando que perdeu 15kg durante o tratamento contra a doença.

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A modelo foi diagnosticada com lipedema e, aos 36 anos, começou a cuidar da alimentação e praticar exercícios para se livrar dos sintomas da doença. Mas por que o lipedema é mais comum em mulheres? Descubra tudo no artigo abaixo.

O lipedema é mais comum entre as mulheres e foi reconhecido como parte da Classificação Internacional de Doenças (CID) apenas em 2022. (Imagem: Freepik)

Por que o lipedema é mais comum em mulheres?

Segundo o professor Edwaldo Edner Joviliano, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), e chefe da Divisão de Cirurgia Vascular e Endovascular do Hospital das Clínicas da USP, o lipedema atinge quase que exclusivamente mulheres. Isso porque ela sofre influência dos hormônios femininos, e surge em momentos de desequilíbrio hormonal, como menopausa, gravidez e uso de anticoncepcionais, tendo sua origem no sistema endócrino.

Esses fatores são alguns gatilhos para a doença, que também tem seu aparecimento ligado a fatores genéticos. O lipedema atinge esse grupo principalmente quando atingem a idade reprodutiva, sendo comumente confundido com celulite e retenção de líquidos, além de obesidade.

De acordo com o site Vascular.prohá estudos realizados por pesquisadores e médicos especialistas que sugerem que cerca de 11% da população feminina sofre de lipedema. Apesar disso, muitas mulheres não sabem que têm o problema, pois ele é confundido com outras doenças.

As causas desta doença ainda não são totalmente compreendidas, mas sabe-se que fatores genéticos e hormonais desempenham papéis importantes no seu desenvolvimento. A alimentação também acaba sendo um fator que influencia na sua evolução.

mulher medindo a coxa com uma fita métrica
O lipedema tem causas hormonais e genéticas. (Imagem: Freepik)

Com a predisposição genética para ter lipedema, cerca de 60% das mulheres nascem com genes que geram o acúmulo de gordura nas pernas. Apesar de sabermos que os genes existem, eles ainda não foram identificados.

Porém, nem toda mulher corre risco de desenvolver lipedema. As pesquisas até o momento indicam que há uma tendência hereditária, pois a mulher que desenvolve a doença tem em sua árvore genealógica mãe, avó ou tias com membros inferiores característicos da doença.

Alguns dos sintomas mais comuns associados à doença são:

  • Edema (inchaço);
  • Formação de hematomas frequentes;
  • Cansaço;
  • Desconforto estético;
  • Dor nas regiões afetadas.

O lipedema pode surgir em diferentes fases da vida. Na adolescência, período de transições, os primeiros sinais começam a aparecer. Na fase inicial há distribuição simétrica da gordura, principalmente nas pernas e braços, com sensibilidade ao toque.

mulher de cueca e mãos nas coxas
O lipedema pode surgir em diferentes fases da vida. (Imagem: Freepik)

Na idade adulta, os sintomas do lipedema se intensificam devido a alterações hormonais, estresse e mudanças no estilo de vida. Durante esta fase é importante manter o tratamento ativo, incluindo terapias de compressão, exercícios físicos adaptados e até cirurgias.

Na velhice, o quadro pode se complicar devido ao envelhecimento, o que pode trazer redução da mobilidade, aumento da sensibilidade à dor e risco de desenvolvimento de linfedema, o que torna o tratamento mais complexo.

Além disso, o lipedema é uma doença crônica e progressiva. Quando uma mulher desenvolve, ela precisa tratá-la ao longo da vida. Como a doença afeta o tecido adiposo, ela se manifesta em menor proporção quando a pessoa tem menores percentuais de gordura, e se acentua mais visivelmente se engordar.

É possível prevenir o lipedema?

Por se tratar de uma doença crônica, se a mulher tiver essa tendência, é muito provável que desenvolva alguns sinais de lipedema ao longo da vida. Portanto, não há confirmação de que seja possível prevenir o seu desenvolvimento, porém, é possível evitar que ele se agrave.

Para isso, é importante manter um peso corporal adequado, com menos gordura, através da prática regular de atividades físicas. Isso aumenta a quantidade de músculo e diminui o percentual de gordura. A alimentação também é importante, incluindo vegetais, frutas e carnes magras, além de controlar o consumo de carboidratos, alimentos industrializados e alimentos com muitas calorias.

Segundo Luciane Barreneche, cirurgiã vascular do Hospital Moinhos de Vento, especialista em Cirurgia Vascular pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), é importante reduzir o consumo de:

  • Bebidas açucaradas, como refrigerantes e sucos industrializados;
  • Alimentos ricos em açúcar e carboidratos refinados, como doces, biscoitos, bolos, pães, massas;
  • Carnes processadas, como peito de peru, mortadela, salsichas;
  • Alimentos ricos em gorduras trans, como margarina, sorvetes, biscoitos recheados, chocolates;
  • Bebidas alcoólicas.
ilustração mostrando diferentes corpos femininos
Corpos distintos que mostram a diferença em quem tem lipedema. (Imagem: rumruay/stock.adobe.com)
Lipedema é uma doença?

Sim. É uma doença vascular inflamatória crônica que afeta os sistemas linfático e adiposo. Caracteriza-se pelo acúmulo de gordura nas pernas e, em alguns casos, nos braços.

O lipedema é genético?

Sim. É uma doença de causas genéticas, mais comum em mulheres em idade reprodutiva, pois interfere na relação entre o estrogênio e as células adiposas.

As informações deste texto são informativas e não substituem orientações dos profissionais de saúde. Consulte um médico ou especialista para avaliar o seu caso.



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