Os arqueólogos descobriram o túmulo de uma mulher grávida com evidências de violência e sacrifício no Equador. O enterro, datado de cerca de 1.200 anos, intriga os pesquisadores para o tratamento incoerente dado ao corpo: sinais de brutalidade contrastam com a presença de artefatos valiosos.
Com idade aproximada estimada entre 17 e 20 anos, a jovem estava grávida de sete a nove meses quando morreu depois de ser espancada. Fragmentos ósseos revelaram que ela sofreu um golpe fatal na cabeça e tinha as mãos esquerda e as pernas arrancadas. Além disso, suas órbitas oculares estavam cheias de conchas.
Entre os itens enterrados com a vítima estavam os ornamentos da concha molusca SpondylusObsidiana Blades e uma garra de caranguejo que foi colocada em seu abdômen.
Esta informação é descrita em um artigo publicado na quinta -feira (23) na revista Antiguidade latino -americanaSegundo o qual a tumba também incluía o crânio de outra pessoa, estimado entre 25 e 35 anos, e uma oferta queimada que provavelmente foi depositada nos séculos no peito da mulher após sua morte. A análise por radiocarbono sugere que esses itens foram adicionados entre 991 e 1025, o que levanta questões sobre rituais posteriores no mesmo enterro.
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O sacrifício humano não era comum entre os povos costeiros do Equador, como a manutenção, que habitou a região entre 650 e 1532. Eles eram conhecidos por sua agricultura e navegação, além de ter relações culturais com os incas.
No entanto, o líder das escavações Sara Juengst, bioarqueologista da Universidade da Carolina do Norte em Charlotte, EUA, disse ao site Ciência viva Que a morte das mulheres possa estar ligada ao papel simbólico da fertilidade em tempos de crises ambientais, como eventos climáticos associados ao fenômeno do El Niño, que afetaria as colheitas.
Outra hipótese sugere que as mulheres, possivelmente uma figura de poder político ou social, foram mortas como uma maneira de eliminar uma rivalidade. “Se alguém quisesse tomar seu lugar, era necessário eliminá -lo, mas sem negligenciar o prestígio de seu status”.
Embora o funeral mostre tratamento especial, os sinais de violência indicam um resultado trágico e desumanizante. Para Juengst, a presença de artefatos ligados à fertilidade e água, como as conchas de Spondylussugere que o feto também desempenhou um papel simbólico no ritual.
Benjamin Schaefer, bioarqueologista da Universidade de Illinois e também membro da equipe, diz que é necessário cautela ao interpretar o caso como um sacrifício humano. Segundo ele, dados futuros podem esclarecer se a prática fazia parte de um contexto cultural único da manutenção.
Independentemente das conclusões, a descoberta abre novas perspectivas sobre como os fatores ambientais e sociais moldaram práticas funerárias no Equador pré-colombiano. O enterro, cheio de simbolismo, destaca a complexidade das relações entre poder, fertilidade e rituais na época.
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