Uma equipe de cientistas liderada pelo brasileiro Denny Oliveira, que trabalha no Goddard Space Flight Center da NASA, chegou à conclusão de que as partículas solares que formam as belas auroras que vemos no céu também podem danificar a infraestrutura humana.
Segundo o estudo, publicado em Fronteiras em Astronomia e Ciências Espaciaisas mesmas forças que criam as auroras são capazes de gerar correntes que podem danificar estruturas que conduzem eletricidade.
- As Auroras são causadas por partículas solares que tocam o campo magnético da Terra ou por choques interplanetários que comprimem o campo;
- Os choques são feitos de partículas e ondas eletromagnéticas que vêm do Sol;
- Eles também tendem a gerar correntes induzidas geomagneticamente. Quanto mais fortes forem os choques interplanetários, mais intensas serão as correntes e as auroras;
- Oliveira disse ao Fronteiras que choques interplanetários são capazes de afetar condutores de eletricidade localizados no solo terrestre ao longo do tempo.
Segundo o cientista, “nosso trabalho mostra que correntes geoelétricas consideráveis ocorrem com bastante frequência após os choques e merecem atenção”.
Os choques que nos atingem diretamente supostamente geram correntes induzidas mais fortes, comprimindo ainda mais o nosso campo magnético.
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Os pesquisadores estudaram como os choques em vários ângulos afetam as correntes elétricas. Uma base de dados de choques interplanetários foi examinada e depois comparada com leituras de correntes induzidas geomagneticamente num gasoduto de gás natural localizado na Finlândia, em Mäntsälä. Esta região costuma apresentar a presença de auroras.
A região auroral pode se expandir muito durante tempestades geomagnéticas severas. Normalmente, o seu limite mais meridional situa-se em torno das latitudes de 70 graus, mas durante eventos extremos pode cair para 40 graus ou até mais, o que certamente ocorreu durante a tempestade de maio de 2024 – a tempestade mais severa das últimas duas décadas.
Denny Oliveira, que trabalha no Goddard Space Flight Center da NASA e líder do estudo, em entrevista ao Fronteiras
Descobertas
Os autores descobriram que os choques frontais geram picos maiores nas correntes induzidas geomagneticamente logo após o evento e durante a tempestade geomagnética que se segue.
O ângulo de impacto é previsível com até duas horas de antecedência, o que permitirá aos cientistas preparar proteções para redes elétricas e outras estruturas que possam sofrer com o choque.
Uma coisa que os operadores de infra-estruturas eléctricas poderiam fazer para proteger os seus equipamentos é gerir alguns circuitos eléctricos específicos quando é emitido um alerta de choque. Isso evitaria que correntes induzidas geomagneticamente reduzissem a vida útil do equipamento.
Denny Oliveira, que trabalha no Goddard Space Flight Center da NASA e líder do estudo, em entrevista ao Fronteiras
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