Conheça Neil Harbisson, o primeiro ser humano a ser considerado um Ciborgue

julho 30, 2024
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Conheça Neil Harbisson, o primeiro ser humano a ser considerado um Ciborgue


A tecnologia avançou exponencialmente nos últimos anos, revolucionando a forma como vivemos, trabalhamos e nos comunicamos. Entre as inovações mais intrigantes está a fusão entre seres humanos e máquinas, conceito que, por muito tempo, ficou restrito à ficção científica. No entanto, Neil Harbisson desafiou essa percepção ao se tornar o primeiro ser humano oficialmente reconhecido como ciborgue.

Harbisson é um artista que nasceu com uma doença rara chamada acromatopsia, que o impede de ver cores. Mas ele encontrou uma solução inovadora para este problema: um implante cibernético que lhe permite “ouvir” cores. Esta tecnologia não só transformou a vida de Harbisson, mas também levantou questões fascinantes sobre a evolução da humanidade e a possibilidade de um futuro onde o homem e a máquina estejam completamente integrados.

O que é um ciborgue?

Antes de explorarmos a história de Neil Harbisson, é importante entender o que significa ser um ciborgue. O termo “ciborgue” vem da combinação das palavras “cibernético” e “organismo” e foi usado pela primeira vez em 1960 pelos cientistas Manfred Clynes e Nathan Kline. Em sua definição mais básica, ciborgue é um ser que possui componentes orgânicos e cibernéticos, ou seja, uma mistura de carne e tecnologia.

Imagem: Globo/Reprodução

A evolução do conceito de ciborgue

A ideia de humanos com habilidades aumentadas pela tecnologia tem sido uma constante na ficção científica, inspirando obras literárias, filmes e séries de TV. De personagens como RoboCop ao Exterminador do Futuro, o conceito de ciborgue sempre capturou nossa imaginação. No entanto, a realidade está começando a acompanhar essas visões futurísticas.

A evolução tecnológica, principalmente nas áreas de biotecnologia e engenharia biomédica, permitiu avanços significativos na criação de próteses e implantes que se integram ao corpo humano. Hoje, temos pessoas com membros biônicos, implantes cocleares para audição e até implantes oculares que proporcionam visão a pessoas cegas.

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Ciborgues na vida real

O que diferencia um ciborgue de alguém que simplesmente usa uma prótese é a integração do aparelho com o sistema nervoso e sua permanência no corpo. No caso dos ciborgues, a tecnologia torna-se parte inerente à sua fisiologia, proporcionando uma extensão das capacidades naturais do corpo humano.

Embora muitos ainda debatam a definição exata de ciborgue, a história de Neil Harbisson desafia as convenções e redefine o que significa ser humano na era digital.

Quem é Neil Harbisson?

Neil Harbisson é um artista britânico nascido em 1982 em Belfast, Irlanda do Norte, mas criado na Catalunha, Espanha. Desde cedo se destacou pela visão única do mundo, uma visão que não envolvia cores. Harbisson nasceu com acromatopsia, condição que o faz ver o mundo em preto e branco.

Apesar desta limitação, Harbisson sempre demonstrou grande interesse pelas artes visuais e pela música. Estudou música experimental e artes visuais, áreas nas quais encontrou formas criativas de expressar sua percepção única do mundo. No entanto, foi a sua transformação em ciborgue que o levou a um novo patamar artístico e existencial.

Neil Harbisson
(Imagem: The Straits Times/Reprodução)

A jornada para se tornar um ciborgue

A jornada de Neil Harbisson para se tornar um ciborgue começou em 2003, quando conheceu Adam Montandon, um estudante de cibernética da Universidade de Plymouth. Juntos, eles desenvolveram o “eyeborg”, um dispositivo que permitia a Harbisson “ouvir” as cores ao seu redor.

O “eyeborg” é uma antena cibernética implantada no crânio de Harbisson que capta frequências de luz e as transforma em vibrações sonoras. Cada cor possui uma frequência específica que é convertida em um som que Harbisson pode ouvir através da condução óssea. Com o tempo, ele aprendeu a distinguir essas frequências e assim “ouvir” as cores.

Este dispositivo não só ampliou a percepção de Harbisson sobre o mundo ao seu redor, mas também redefiniu a forma como ele se identifica. Harbisson afirma que não usa nem usa a tecnologia; ele é tecnologia. Isso o levou a se declarar o primeiro ciborgue legalmente reconhecido quando, em 2004, as autoridades britânicas permitiram que ele aparecesse na foto do passaporte com a antena.

Neil Harbisson
Passaporte de Neil Harbisson (Imagem: The Straits Times/Reprodução)

A vida como um ciborgue

Para Neil Harbisson, viver como ciborgue é uma experiência em constante evolução. Ele não vê a antena como um acessório, mas como parte integrante do seu corpo e identidade. Harbisson tem defendido ativamente os direitos dos ciborgues e a aceitação da tecnologia como uma extensão natural do corpo humano.

Além de “ouvir” cores visíveis, Harbisson expandiu as capacidades do seu eyeborg para incluir frequências infravermelhas e ultravioletas, permitindo-lhe perceber um espectro de luz que é invisível ao olho humano. Isso lhe dá uma visão única do mundo, como ele descreve: “Posso sentir o calor de um ambiente, ver a poluição do ar e até perceber sinais de controle remoto”.

A percepção de Harbisson desafia as convenções tradicionais da percepção humana e abre portas para novas formas de arte e expressão. Utiliza sua experiência como ciborgue em sua prática artística, criando obras que exploram a intersecção entre tecnologia e percepção sensorial.

É possível ser um ciborgue?

A experiência de Neil Harbisson levanta a questão: é realmente possível ser um ciborgue? A resposta, ao que parece, é sim. À medida que a tecnologia avança e se torna cada vez mais integrada no corpo humano, a distinção entre humano e máquina torna-se cada vez mais confusa.

Hoje em dia existem pessoas com implantes cibernéticos que melhoram ou restauram funções sensoriais e motoras, desafiando os limites da biologia humana. Além disso, a evolução das interfaces cérebro-máquina permitiu que dispositivos eletrónicos fossem controlados pelo pensamento, um passo significativo para a ciborguização do ser humano.

Neil Harbisson
(Imagem: TED/Reprodução)

Contudo, a transformação em ciborgue não é apenas uma questão tecnológica, mas também ética e filosófica. A sociedade precisa discutir e decidir como lidar com questões como privacidade, identidade e direitos dos ciborgues.

Neil Harbisson e o futuro da humanidade

Neil Harbisson não é apenas um pioneiro tecnológico; ele é um defensor apaixonado dos direitos dos ciborgues e da aceitação da tecnologia como uma parte natural da evolução humana. Fundou a Cyborg Foundation, organização que apoia pessoas interessadas em se tornarem ciborgues e promove o uso da tecnologia para melhorar a experiência humana.

As implicações sociais e éticas

A história de Harbisson levanta questões importantes sobre o impacto social e ético da tecnologia na nossa definição de humanidade. À medida que mais pessoas optam por integrar a tecnologia nos seus corpos, precisamos de considerar as implicações desta nova forma de existência.

Algumas das questões mais debatidas incluem:

  • Privacidade: Como proteger as informações sensoriais e biológicas das pessoas que são transmitidas através de implantes?
  • Identidade: Como definimos a identidade de alguém que é parte humano e parte máquina?
  • Igualdade: Como garantir que o acesso à tecnologia cibernética não amplie as desigualdades sociais existentes?

O futuro dos ciborgues

Apesar das questões desafiadoras, Neil Harbisson acredita que o futuro dos ciborgues é promissor. Ele vê a fusão entre humanos e tecnologia como uma forma de evolução que pode enriquecer as nossas vidas de formas inimagináveis. Harbisson acredita que a tecnologia pode nos ajudar a superar limitações físicas e sensoriais, proporcionando novas formas de perceber e interagir com o mundo.

Além disso ciborguização pode abrir portas a novas formas de expressão artística e cultural, permitindo aos seres humanos ligarem-se ao mundo de formas profundamente inovadoras.

Neil Harbisson
Imagem: TahalwfulTech/Reprodução

Resta saber como a sociedade se adaptará a esta nova realidade e quais serão os limites éticos e morais que nortearão este processo de ciborguização.





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