O que é um buraco branco no espaço?

Os buracos negros são antigos conhecidos pelo Universo. Porém, mesmo tendo sido descobertos há muito tempo, ainda guardam diversos mistérios, devido à dificuldade de explorá-los e estudá-los.

Embora não saibamos tudo sobre os buracos negros, pelo menos temos certeza de que eles existem. O mesmo não acontece com os buracos brancos que, por enquanto, ainda não passam de uma hipótese, sendo uma consequência hipotética da Teoria da Relatividade.

Para a astrofísica, um buraco branco nada mais é do que o oposto de um buraco negro. No entanto, isto só é válido conceitualmente, porque não há provas da existência de buracos brancos no espaço. Saiba mais abaixo.

O que é um buraco branco?

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Buracos negros e contexto

Antes de explicar o que é o conceito de buraco branco, é necessário contextualizar. Em primeiro lugar, existe um conjunto de leis que regem o nosso Universo e fazem com que os cientistas avaliem todas as possibilidades de algo existir. Porém, somente através da observação, medição e experimentação é possível, de fato, determinar o que é real.

A Teoria da Relatividade Geral, publicada em 1916 por Albert Einstein, levantou a possibilidade da existência de corpos celestes chamados buracos negros. Esses corpos são regiões do espaço com muita energia e matéria, o que significa que nada, nem mesmo a luz, consegue escapar da sua influência gravitacional.

Normalmente, estas estruturas são formadas quando uma estrela massiva chega ao fim da sua vida, fazendo com que o seu núcleo metálico entre em colapso sob o seu próprio peso, produzindo uma estrutura muito densa como esta.

A existência de buracos negros foi confirmada com diferentes tipos de observações, desde a dinâmica orbital das estrelas, até imagens indiretas, que comprovaram que estes corpos estão em abundância em todo o Universo.

E onde é que os buracos brancos se enquadram nesta história?

Do outro lado das descobertas provenientes das equações de Einstein, há uma solução matemática igualmente válida, que mostra a possibilidade da existência do inverso de um buraco negro: um buraco branco. Os buracos brancos são regiões cósmicas teóricas que funcionam de maneira oposta aos buracos negros: embora nada possa escapar do segundo, nada pode entrar no primeiro.

Se fosse possível aproximar-se de um buraco branco numa nave espacial, veríamos algumas características em comum com o buraco negro: teria massa, poderia estar em rotação e poderia ter gás e um anel de poeira acumulados em torno do seu horizonte de eventos, o limite que define a fronteira entre o espaço circundante e a singularidade.

No entanto, rapidamente se tornaria perceptível que se trata de uma estrutura diferente de um buraco negro, uma vez que seria possível observar a constante ejeção de matéria e energia do seu interior.

Afinal, existem buracos brancos no universo?

Os estudiosos da área geralmente descrevem os buracos brancos como o resultado da reversão do tempo de um buraco negro. Isso pode ser imaginado como se fosse um vídeo de um buraco negro sendo reproduzido ao contrário, da mesma forma que retroceder é a reversão do tempo de avançar.

O horizonte de eventos de um buraco negro é uma esfera a partir da qual existe um ponto sem retorno, enquanto o horizonte de eventos de um buraco branco é uma fronteira que não permite a entrada de ninguém.

Por causa disso, esta mesma espaçonave não conseguiu atingir o horizonte de eventos do buraco branco. Os elementos dentro dele podem sair e interagir com o mundo exterior, porém, como nada pode entrar, o interior fica isolado do passado do Universo, onde nenhum evento externo pode afetar o seu interior.

No entanto, a verdade é que nunca vimos um exemplo destes corpos celestes e não parece provável que alguma vez os encontremos. Isso porque, além dos buracos brancos serem altamente instáveis, os horizontes de eventos escondem muito bem tudo o que acontece do outro lado deles.

Um exemplo disso é que pode haver algo muito interessante sobre o que deu origem ao nosso Universo, e também nos locais centrais dentro de cada buraco negro, porém, nunca conseguiremos acessar essa informação.

Portanto, é interessante pensar que a Relatividade Geral de Einstein, uma das teorias científicas mais bem sucedidas de todos os tempos, admite a existência matemática de buracos brancos com uma possibilidade equivalente à dos buracos negros, permitindo-nos pelo menos imaginá-la.