Cientistas da Universidade da Colúmbia Britânica (UBC), no Canadá, fizeram uma descoberta acidental que promete revolucionar diversos setores, da joalheria à astronomia. Em experiências para tornar a madeira mais resistente à água, pesquisadores desenvolveram um novo material aveludado e preto (muito preto mesmo) capaz de absorver quase toda a luz que incide sobre ele.
O chamado “Nxylon”, o material que leva o nome da deusa grega da noite, pode absorver mais de 99% da luz que o atinge (refletividade média de 0,68%) – significativamente mais do que a tinta preta normal, que absorve cerca de 97,5% da luz (reflete pelo menos 2,5%). Um artigo sobre a pesquisa foi publicado na revista Advanced Sustainable Systems.
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É produzido através de um processo inovador que envolve a aplicação de plasma de alta energia à madeira de tília (e outras espécies). A camada superficial que muda de estrutura tem apenas cerca de 0,5 a 1 mm de espessura. Isto significa que uma infinidade de folhas finas de Nxylon podem ser produzidas a partir de uma única placa de madeira.
Um material preto para ser usado até em astronomia
A capacidade do Nxylon de absorver quase toda a luz abre um leque de possibilidades. No setor joalheiro, por exemplo, o material pode substituir pedras preciosas pretas como o ônix, oferecendo uma opção natural, sustentável e mais leve. A astronomia também pode se beneficiar do Nxylon, pois sua capacidade de absorver luz pode melhorar a qualidade das imagens obtidas pelos telescópios.
Outras aplicações potenciais incluem:
- Células solares: Nxylon pode aumentar a eficiência das células solares, reduzindo a quantidade de luz refletida
- Dispositivos ópticos: O material pode ser usado em dispositivos ópticos de alta precisão, como microscópios e telescópios
- Design de interiores: Nxylon pode ser utilizado para criar ambientes com alto nível de absorção de luz, como estúdios fotográficos e salas de cinema
Material sustentável
Uma das características mais interessantes do Nxylon é a sua sustentabilidade. A madeira de tília é uma matéria-prima renovável e amplamente disponível. Além disso, o processo de produção é relativamente simples e não envolve o uso de produtos químicos tóxicos.
Os relógios destacados no artigo apresentam Nxylon. Os cientistas demonstraram que ele pode substituir madeiras pretas caras e raras, como o ébano e o jacarandá, nos mostradores. A equipe da UBC planeja fundar uma startup para comercializar o material e explorar novas possibilidades. De repente, até como uma possível alternativa ao Vantablack, que pode absorver 99,96% da luz.
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