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As erupções vulcânicas são fenômenos lindos e, ao mesmo tempo, assustadores. Mas nem todos estes eventos naturais são iguais. E mesmo a lava expelida pode ser bem diferente. Neste sentido, a medalha de ouro (aproveitando a atmosfera dos Jogos Olímpicos de Paris) vai para Ol Doinyo Lengai, o único vulcão da Terra que cospe lava negra e aquosa.
Ol Doinyo Lengai apresenta comportamento diferente
- Normalmente, as erupções vulcânicas expelem lava rica em sílica.
- Como consequência, o magma tende a ser espesso e pegajoso, com temperatura de fusão superior a 900ºC.
- Devido à viscosidade deste material, o gás não consegue escapar facilmente das profundezas de um vulcão.
- Portanto, quando se formam bolhas, a erupção tende a ser explosiva e espetacular.
- Porém, o vulcão Ol Doinyo Lengai, localizado na Tanzânia, apresenta comportamento que desafia a compreensão da ciência.
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A cratera do vulcão está afundando
O vulcão tem 2.962 metros de altura e é o único no planeta que entra em erupção com lava carbonatada, o que lhe confere consistência líquida, cor escura e ponto de fusão incrivelmente baixo. Esses recursos permitem a passagem de bolhas de gás.
Teoricamente, erupções explosivas não deveriam ocorrer com esse magma, que derrete a 540ºC. Porém, em setembro de 2007, o vulcão entrou em erupção com tanta força que a explosão formou uma nova cratera de 300 metros de largura. Segundo os cientistas, esse comportamento diferente continuou até 2008, quando o vulcão voltou a ter erupções mais brandas.
Nos anos que se seguiram, os pesquisadores começaram a analisar a cratera formada e confirmaram que ela estava afundando. Usando imagens de satélite para documentar mudanças na topografia em torno do cume do Ol Doinyo Lengai, os autores do estudo revelaram que uma área de terra medindo cerca de 0,5 quilómetros de diâmetro afundou 3,6 centímetros por ano entre 2013 e 2023.
Segundo o trabalho, publicado na revista Cartas de Pesquisa Geofísica, isso pode ter sido causado por “um reservatório de magma vazio e raso, a menos de um quilômetro de profundidade abaixo do cume”. Os cientistas explicam que os processos de deformação do cume em vulcões ativos podem levar ao “colapso catastrófico”, razão pela qual é tão importante ficar atento aos acontecimentos estranhos dentro e ao redor de Ol Doinyo Lengai.
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