Vênus e Terra compartilham passados geológicos semelhantes

agosto 6, 2024
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Vênus e Terra compartilham passados geológicos semelhantes


Pesquisas recentes indicam que o planeta Vênus, muitas vezes considerado o “gêmeo do mal” da Terra devido às suas condições extremas, pode ter tido intensa atividade tectônica no passado, semelhante àquela que formou os primeiros continentes terrestres.

Atualmente, Vénus é um mundo hostil, com temperaturas superiores a 460ºC e uma pressão superficial esmagadora. Ao contrário da Terra, que possui placas tectônicas ativas que moldam sua crosta, Vênus parece ter uma litosfera estagnada, ou seja, uma única placa com movimento mínimo. Contudo, características geológicas como falhas, dobras e vulcões sugerem que, em épocas passadas, o planeta pode ter sido tectonicamente ativo.

Representação artística da superfície hostil de Vênus criada com elementos fornecidos pela NASA. Crédito: Artsiom P – Shutterstock

Uma equipe de cientistas liderada por Fabio Capitanio, da Universidade Monash, na Austrália, concentrou suas pesquisas nas chamadas “tesseras”, impressionantes planaltos encontrados na superfície de Vênus – cujos resultados foram publicados este mês na revista Geociências da Natureza.

Estes planaltos, que se assemelham aos primeiros continentes da Terra, indicam que o planeta pode ter experimentado tectónica activa há milhares de milhões de anos. “Ficamos surpresos ao descobrir que Vênus, com sua superfície escaldante e falta de placas tectônicas, apresenta características geológicas tão complexas”, disse Capitanio, em comunicado. declaração.

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A teoria das placas tectônicas, amplamente aceita para a Terra, postula que a crosta rígida do planeta é composta por grandes placas que se movem, colidem e se separam, moldando a superfície. No entanto, até à data, esta dinâmica só foi observada aqui. Em Vénus, muitos cientistas acreditam que o planeta passou de uma fase inicial de movimento tectónico limitado para o seu estado actual de litosfera estagnada.

Os cientistas analisaram formações conhecidas como Ishtar Terra Highlands, uma região de Vênus que desafia a compreensão atual da geologia planetária. Com altitudes que ultrapassam as do Himalaia, as terras altas de Ishtar Terra possuem uma crosta espessa, semelhante à dos crátons do nosso planeta – regiões antigas e estáveis ​​no interior dos continentes.

A equipe usou modelagem computacional e dados da sonda espacial Magalhães da NASA, que em 1990 mapeou toda a superfície de Vênus, para estudar os mecanismos que poderiam ter levado à formação dessas terras altas.

Através desta análise, os cientistas concluíram que as elevações podem ter-se formado através de um processo no qual a superfície de Vénus se tornou mais fina e derreteu, criando áreas elevadas à medida que a rocha derretida subia. Com o tempo, esse processo teria resultado no resfriamento e na formação de altas planícies cercadas por cinturões de dobras, semelhantes à formação de crátons na Terra primitiva.

Um modelo de elevação do vulcão Idunn Mons, localizado em Imdr Regio em Vênus, criado com dados da sonda espacial Magalhães. Créditos: NASA/JPL-Caltech/ESA

Estas descobertas indicam que Vénus e a Terra podem ter partilhado processos geológicos semelhantes nas suas primeiras histórias. “As características que encontramos em Vénus são surpreendentemente semelhantes às dos primeiros continentes da Terra, sugerindo que a dinâmica passada de Vénus pode ter sido mais semelhante à da Terra do que imaginávamos,” disse Capitanio.

A pesquisa abre caminho para futuras missões a Vênus, como DAVINCI, VERITAS e EnVision, que prometem revelar mais sobre a história geológica do planeta e suas possíveis conexões com a Terra. “Estudar estas formações em Vénus pode ajudar-nos a desvendar os segredos da história inicial da Terra”, concluiu o líder do estudo.





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