Menor “hobbit” do mundo pode reescrever história humana

agosto 6, 2024
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Menor “hobbit” do mundo pode reescrever história humana


A menor espécie humana já identificada, a Homofloresiensis, apelidado de “hobbit” por sua baixa estatura, pode ter evoluído a partir de indivíduos ainda menores. É o que diz matéria publicada nesta terça-feira (6) na revista. Comunicações da Natureza.

Em 2013, na ilha indonésia de Flores, foi encontrado um fragmento de 700 mil anos de um úmero adulto, que foi agora identificado como pertencente a esta espécie. Este pedaço de osso, menor do que qualquer outro já registrado em hominídeos, amplia nossa compreensão desses pequenos humanos que coexistiram conosco até cerca de 50 mil anos atrás.

A descoberta ocorreu na zona leste da ilha das Flores, num sítio arqueológico conhecido como Mata Menge, onde também foram encontrados pequenos dentes que contribuíram para esta identificação. Segundo o arqueólogo Adam Brumm, da Universidade Griffith, na Austrália, o úmero encontrado não é apenas mais curto que outros úmeros H.floresiensismas é também o menor osso do braço já registrado em hominídeos em todo o mundo.

Úmero descoberto em Mata Menge (de “a” a “g”), em diferentes ângulos. A amostra de úmero encontrada em Liang Bua é mostrada em exames marcados (“h” e “i”), para comparação. Crédito: Kaifu et al., Nature Communications, 2024

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Inicialmente, os cientistas consideraram a possibilidade de o osso pertencer a uma criança, mas uma análise detalhada revelou que se tratava de um adulto. Isso foi determinado através do estudo dos ósteons, que são estruturas cilíndricas microscópicas presentes na superfície dos ossos e que mudam de tamanho, número e disposição à medida que a pessoa envelhece. A estrutura microscópica do úmero era semelhante à de um Homo sapiens adulto, sugerindo que o indivíduo a que pertencia tinha aproximadamente um metro de altura.

O isolamento na ilha teria tornado esses ancestrais “hobbits” tão pequenos

A primeira evidência da existência de H.floresiensis foi encontrado em 2003, na caverna Liang Bua, no oeste de Flores. Com base no comprimento do fêmur, estimou-se que o esqueleto encontrado naquela ocasião pertencia a um indivíduo com cerca de 1,06 m de altura, um pouco mais alto que o recentemente descrito de Mata Menge. “Este espécime raro confirma a hipótese de que os ancestrais de Homofloresiensis eles eram extremamente pequenos em tamanho corporal. Agora, porém, sabemos que esses primeiros progenitores eram ainda menores do que se pensava anteriormente”, disse Brumm em um comunicado. declaração.

Como referido anteriormente, além do úmero, escavações realizadas em 2015 e 2016 revelaram dois dentes muito pequenos, um pertencente a um adulto e outro a uma criança. O formato desses dentes reforça a ideia de que o H.floresiensis descende de uma população de Homo erectus que viveu em Java, contradizendo a hipótese de que esta espécie se separou de um antecessor africano.

Os “dentes de hobbit” encontrados em Mata Menge. Crédito: Kaifu et al., Nature Communications, 2024

“A história evolutiva dos hominídeos de Flores ainda é em grande parte desconhecida”, diz Brumm, que acredita que a espécie pode ter surgido quando um grupo de Homo erectus ficou isolado na ilha há cerca de um milhão de anos, resultando em uma redução drástica no tamanho do corpo ao longo do tempo.

Embora os actuais habitantes das terras altas das Flores, conhecidas como Rampasasa, também sejam pequenos, um estudo genético de 2018 não encontrou nenhuma ligação directa com a H.floresiensis.





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