Brasil quer repatriar fósseis de Lagoa Santa

agosto 10, 2024
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Brasil quer repatriar fósseis de Lagoa Santa


Fósseis pré-históricos descobertos em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, continuam sendo motivo de disputa entre Brasil e Dinamarca. As peças, encontradas em 1845 pelo naturalista dinamarquês Peter Lund, foram enviadas no mesmo ano ao Museu Dinamarquês de História Natural e permanecem, até hoje, enroladas em jornais do século XIX.

Luiz Antônio Cruz Souza, vice-presidente do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia e Pesquisa em História Natural da UFMG, defende que o acervo, composto por mais de 12 mil peças, deveria retornar ao Brasil para que possa ser estudado de forma mais adequada .

“A forma como Lund armazenou os ossos também é um patrimônio histórico. É preciso repatriar esse material de forma diplomática, pois foi extraído do nosso solo”, destacou Souza em entrevista ao podcast Gerais do g1.

Fósseis expostos no Museu Peter Lundi, em Lagoa Santa. (Imagem: Parque Estadual do Sumidouro)

A questão ganhou destaque recentemente após a devolução de um manto tupinambá do século XVI, também do Museu de História Natural da Dinamarca, ao Museu Nacional do Rio de Janeiro. Esse precedente abriu caminho para a discussão sobre a repatriação dos fósseis de Lagoa Santa.

Leia mais:

Polêmica sobre 82 fósseis em Lagoa Santa

Em 2012, o Museu de História Natural da Dinamarca emprestou 82 fósseis para a inauguração do Museu Peter Lund, em Lagoa Santa, com prazo de empréstimo de três anos. Porém, mais de dez anos se passaram e o material permanece no Brasil. Há seis meses, a Dinamarca solicitou a devolução dos fósseis, mas ainda não recebeu resposta oficial.

O destino destes fósseis gerou um impasse. Enquanto algumas vozes defendem o retorno do acervo à Dinamarca, outras acreditam que o material deveria permanecer no Brasil para estudo e preservação.

museu peter lundi
Museu Peter Lund, em Lagoa Santa (MG). (Imagem: Prefeitura Municipal de Lagoa Santa)

Posicionamento das autoridades brasileiras

  • A Prefeitura de Lagoa Santa, responsável pela coleta durante o período do empréstimo, informou ao g1 que os fósseis agora estão sob a guarda do Instituto Florestal do Estado (IEF) de Minas Gerais, e seu destino fica a cargo da Casa Civil do Governo do Estado. .
  • O governo estadual destacou a importância histórica e científica dos fósseis e afirmou que está em diálogo com o Museu Dinamarquês de História Natural para resolver a situação.
  • Para já, a equipa do museu dinamarquês, que está de férias, ainda não deu uma resposta definitiva sobre o regresso dos fósseis ao país de origem.





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