Recentemente, a Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou uma imagem incrível da superfície de Marte, que destaca uma curiosa formação apelidada de “sereia roxa salgada”.
Capturado por satélite Orbitador de gás traço ExoMars (TGO) durante sobrevôo em 2022, essa formação é uma mancha de cor roxa que se destaca em meio aos tons avermelhados, marrons e cinzas que dominam a paisagem do Planeta Vermelho. Localizada no leito seco de um rio na região sul de Marte, esta área é conhecida como Terra Sirenum, que significa “Mar da Sereia” em latim.
Em declaraçãoa ESA explica que, obviamente, a “sereia” em questão não é uma criatura mitológica, mas sim uma ilusão de ótica causada por depósitos de sal de cloreto. Esses depósitos foram identificados pelo Color and Stereo Surface Imaging System (CaSSIS), uma câmera de alta resolução a bordo do orbitador que captura imagens estéreo e coloridas da superfície marciana.
CaSSIS funciona capturando múltiplas imagens da mesma área de ângulos ligeiramente diferentes. Com essas imagens, o software analisa o efeito de paralaxe – a aparente mudança de posição entre as fotos – e calcula a profundidade, criando modelos tridimensionais detalhados do terreno. Esta tecnologia permite aos cientistas estudar com precisão a topografia e os processos geológicos de Marte, mesmo a grandes distâncias.
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Por que a “sereia” de Marte é roxa
A origem da cor roxa vem de minerais ricos em cloro, que aparecem em diferentes tons nas imagens infravermelhas captadas pelo TGO. Estes depósitos de cloreto são especialmente valiosos para os cientistas porque indicam que, em algum momento no passado, a água era abundante em Marte.
No entanto, com a perda gradual da atmosfera marciana devido à ausência de um campo magnético significativo, a maior parte desta água desapareceu. Quando a água desapareceu, deixou para trás esses depósitos minerais, como a “sereia roxa”, que hoje servem como vestígios da antiga presença da água no planeta.
Estes depósitos de sal desempenham um papel fundamental na procura de sinais de vida em Marte. Águas extremamente salinas poderiam ter sido um refúgio para formas de vida primitivas, criando ambientes habitáveis mesmo em temperaturas tão baixas quanto -40°C.
A ESA destacou que estas áreas, como a Terra Sirenum, onde foi encontrada a “sereia roxa”, são alvos promissores para futuras missões robóticas a Marte, focadas na procura de evidências de vida.
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