Universo não é Matrix! Ideia de realidade simulada é contestada

agosto 19, 2024
por
8 minutos lidos
Universo não é Matrix! Ideia de realidade simulada é contestada


E se a vida que você conhece não passasse de uma ilusão? Imagine que tudo ao seu redor faz parte de uma simulação, assim como no filme Matrix. Esta é a premissa defendida por Thomas Campbell, investigador americano que acredita que a nossa realidade é simulada e que a nossa consciência desempenha um papel fundamental na construção desta ilusão. Saiba mais aqui.

Embora ele já tenha arrecadado quase R$ 1 milhão para tentar comprovar essa ideia, estudiosos afirmam que não há evidências científicas que a sustentem. Mas você precisa disso?

Cientistas renomados contestam a hipótese de que vivemos numa realidade simulada. Crédito: Imagens Ezume – Shutterstock

Hipótese argumenta que o Universo seria semelhante a um videogame

Campbell propõe que vivamos num Universo semelhante a um videojogo, onde a realidade é “renderizada” tal como a percebemos. Ele sugere que a nossa consciência influencia diretamente na formação dessa realidade, ideia que mistura conceitos da física quântica com noções espiritualistas.

No entanto, alguns especialistas apontam que esta abordagem carece de bases científicas sólidas e que Campbell combina conceitos que não devem ser misturados, como ciência e espiritualidade.

Em entrevista com G1Odylio Denys de Aguiar, doutor em física e participante da pesquisa que ganhou o Prêmio Nobel em 2017, critica a noção de que o Universo “renderiza” a realidade conforme a observamos. “Pensar que o Universo representa a realidade e que apenas mostra o que nós, humanos, vemos é ignorar a própria ciência. Isso é desconsiderar toda a história do Universo que já conhecemos e provamos que existia. É até ignorar as bactérias e as doenças que elas causam porque são microscópicas e não podemos vê-las.”

A ideia de que vivemos numa simulação não é nova. Já circulava entre os grupos na década de 1970 e, na sua forma atual, o argumento surgiu em 2003, com a publicação de um artigo pelo filósofo sueco Nick Bostrom. Atualmente é defendido por personalidades como Elon Musk. Em mais de 50 anos, contudo, esta suposição não evoluiu para algo que possa ser apoiado cientificamente.

Leia mais:

Estudo diz que a consciência humana é capaz de alterar a realidade

O que Campbell propõe é um experimento baseado em princípios da mecânica quântica para comprovar sua hipótese. Vale a pena notar que hipótese e teoria são conceitos diferentes na ciência: uma hipótese é uma suposição que ainda precisa ser testada, enquanto uma teoria é um modelo amplamente aceito e apoiado por evidências.

A experiência de Campbell pretende usar a luz para demonstrar que a consciência humana é capaz de alterar a realidade. Ele sugere que, quando observada, a luz se comporta como matéria (partículas), e quando não é observada, age como uma onda, “deixando de existir” em nossa realidade.

Roberto Baginski Batista, físico e membro da Sociedade Brasileira de Física, também questiona o modelo do experimento de Campbell, afirmando que ele mistura diferentes conceitos em busca de uma resposta que, no final das contas, não faz sentido científico. Segundo ele, os testes propostos não conseguiram comprovar que vivemos numa simulação, pois os resultados esperados são diferentes dos descritos por Campbell.

O que concluímos é que a hipótese de que vivemos numa simulação, como no filme Matrix, é fascinante, mas continua a ser mais uma especulação filosófica do que uma teoria científica. Os estudiosos alertam para ter cuidado ao lidar com tais ideias, que podem facilmente se afastar da ciência e se aproximar do misticismo.

Nem tudo é explicado pela ciência

Neurocientista pós-doutorado, futurista e especialista em comportamento humano e novas tecnologias, além de colunista do Olhar Digital News, Álvaro Machado Dias concorda que, do ponto de vista científico, a ideia não é muito consistente, mas ressalta que, do ponto de vista científico, a ideia não é muito consistente, mas ressalta que, do ponto de vista científico, a ideia não é muito consistente. No início, o seu fundamento não é a ciência, mas a filosofia.

Há uma história antiga, que Paulo Coelho gosta de contar, em que o mestre taoísta Chuang Tzu adormeceu debaixo de uma amoreira, onde sonhou que era uma borboleta que, conforme narrado no letras de músicas, sonhei que ele era um sábio chinês. Foi o nascimento de um dos problemas filosóficos mais discutidos da história: apesar da percepção inequívoca de que a realidade se revela nos seus aspectos mais fundamentais aos nossos olhos, não conseguimos demonstrar que assim seja. Uma alternativa, iniciada por Platão e imortalizada por Descartes, é que poderíamos simplesmente estar sonhando que estamos acordados.

Álvaro Machado Dias, neurocientista, futurista e especialista em comportamento humano e novas tecnologias, além de colunista do Olhar Digital News

Para Álvaro Machado Dias, neurocientista, futurista e colunista do programa Olhar Digital News, a ideia de que o nosso Universo é uma simulação não deve ser debatida no âmbito da ciência. Crédito: Arquivo Pessoal

Dias explica que o argumento da simulação nada mais é do que uma reedição dessa ideia, do futurista inglês Nick Bostrom. “Discutir isso do ponto de vista da física é perder de vista o que está em jogo. Assim como levar isso muito a sério e pensar que um dia poderemos saltar da máquina. Como na versão original do filme ‘Tron’, de 1982. Ou seja, essa tentativa de provar o ponto não dará em nada, ao mesmo tempo que a ideia de que podemos rejeitar a hipótese da simulação como um todo não terá sucesso. qualquer.” .

Para ele, o erro (“e a esperteza de quem converte isso em dinheiro”) em todo este debate é assumir que esta é uma questão científica. “Nem todas as questões do mundo são científicas. Apontar”.

Outro exemplo dado por Dias é o argumento zumbi de David Chalmers, que parece científico, mas é inteiramente filosófico. “Até que ponto o ser humano não é simplesmente um zumbi que adquiriu a capacidade de se perceber, de modo que podemos dizer que a consciência é a capacidade de se perceber? Esta não é uma questão científica, no sentido de que pode ser resolvida através da aplicação dos princípios que definem a ciência. É uma questão filosófica sobre como a consciência é definida.”

Segundo o especialista, esta é uma constante na história do pensamento ocidental e oriental. “O principal problema filosófico da história é este: existimos a partir de uma realidade última ou existimos dentro de outra realidade que nos contém? A novidade é alguém tentando lucrar com isso.”

O que concluímos é que a hipótese de que vivemos numa simulação, como no filme Matrix, é fascinante, mas continua a ser mais uma especulação filosófica do que uma teoria científica.





empréstimo empresa privada

consulta bpc por nome

emprestimo consignado caixa simulador

seguro cartão protegido itau valor

itaú portabilidade consignado

simular emprestimo consignado banco do brasil

empréstimo consignado menor taxa

Crédito consignado
Advantages of overseas domestic helper.