Alienígena? “Sinal Uau!” pode ter finalmente uma explicação

agosto 20, 2024
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Alienígena? “Sinal Uau!” pode ter finalmente uma explicação


Astrônomos que investigam estrelas anãs vermelhas podem ter desvendado o mistério por trás do enigmático “Uau!” Signal, fenômeno que intriga a comunidade científica há mais de 40 anos. Se a hipótese estiver correta, poderá melhorar a nossa compreensão de eventos astronômicos raros.

Sobre o “Uau!” sinal:

  • Em 15 de agosto de 1977, o radiotelescópio Big Ear, nos EUA, recebeu um forte sinal aparentemente vindo da constelação de Sagitário e trazendo marcas inesperadas;
  • O astrônomo Jerry R. Ehman descobriu a anomalia alguns dias depois, quando revisava os dados registrados;
  • Ele ficou tão impressionado que circulou a leitura impressa no computador, “6EQUJ5”, e escreveu o comentário “Uau!” (“Uau!, em português) ao lado, dando o nome bastante utilizado para o evento;
  • Toda a sequência de sinais durou toda a janela de 72 segundos durante a qual o radiotelescópio foi capaz de capturá-la, mas nada mais foi detectado naquela região desde então;
  • Muitas hipóteses foram criadas para explicar a origem do sinal, incluindo formas naturais e marcas feitas pelo homem, mas nenhuma delas foi comprovada.
Jerry R. Ehman, o astrônomo que descobriu a sequência do sinal, ficou tão impressionado quando revisou os dados registrados que circulou a leitura impressa em seu computador, “6EQUJ5”, e escreveu o comentário “Uau!” Imagem: Big Ear Radio Observatory e North American Astrophysical Observatory (NAAPO)

“Uau!” É especialmente fascinante porque, mesmo com os avanços nos radiotelescópios, nada parecido foi visto desde então. Agora, uma equipe de cientistas relata ter observado sinais que lembram “Uau!”, embora sejam 60 a 100 vezes mais fracos. Um artigo preliminar sobre a descoberta está disponível no servidor de pré-impressão online arXiv.org.

Pesquisa detecta sinais incomuns no fundo de uma estrela

O professor Abel Méndez, da Universidade de Porto Rico, revisou dados coletados pelo Observatório de Arecibo, em Porto Rico, entre 2017 e 2020. Este telescópio, que foi um dos maiores do mundo até entrar em colapso em 2020, estava focado na anã vermelha próxima. estrelas, em busca de sinais que pudessem indicar planetas habitáveis.

Durante a pesquisa, a equipe liderada por Méndez detectou quatro sinais incomuns no fundo da Estrela de Teegarden, além de sinais semelhantes em outros dois casos.

O design exclusivo do Big Ear Radio Telescope permitiu à equipe construí-lo de forma relativamente barata, mas ainda assim foi capaz de fazer avanços fundamentais na radioastronomia. NRAO/John Daniel Kraus

Esses “sinais” referem-se a qualquer anomalia que não seja ruído aleatório, nem comunicação extraterrestre, como alguns podem imaginar. Os sinais identificados por Méndez e a sua equipa foram atribuídos a nuvens interestelares de hidrogénio frio, que emitem ondas de rádio em frequências específicas na galáxia.

O radiotelescópio Big Ear, que captou o “Uau!” original em 1977, procurava sinais próximos à linha de emissão de hidrogênio em 1420 MHz, frequência conhecida como “poço d’água”. Acredita-se que esta frequência seja ideal para a comunicação entre civilizações, uma vez que o hidrogénio é um componente fundamental da água e as suas frequências de emissão são relativamente silenciosas, o que facilita a comunicação através da galáxia.

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Origem alienígena do sinal “Uau!” é descartado

Segundo Méndez, observações recentes feitas entre fevereiro e maio de 2020 revelaram sinais de banda estreita próximos à linha do hidrogênio, embora menos intensos que o sinal “Uau!” original. Este sinal é notável pela sua brevidade e pela estreita faixa de frequências em que foi captado, características que são raras em fenômenos naturais, mas que poderiam ser esperadas em comunicações alienígenas.

Méndez e seus colegas acreditam que o “Uau!” pode ter sido causado por uma nuvem de hidrogênio sendo energizada por um evento rápido, como a explosão de um magnetar, um tipo de estrela de nêutrons.

A atividade das estrelas de nêutrons já foi considerada uma possível explicação para este sinal, mas a estreiteza das frequências detectadas e a falta de um objeto adequado na área enfraqueceram esta hipótese. No entanto, uma explosão magnetar que ilumine brevemente uma nuvem de hidrogénio poderia tornar esta explicação mais plausível.

Se confirmada, esta descoberta não só contribuirá para a análise de futuros sinais suspeitos, mas também poderá revelar mais sobre o comportamento das nuvens frias de hidrogénio e o que as causa.





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