Cientistas descobrem ‘Benjamin Button da natureza’

agosto 23, 2024
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Cientistas descobrem ‘Benjamin Button da natureza’


O curioso caso de Benjamin Button conta a história de um homem que nasce velho e envelhece com o passar dos anos. O filme de 2008, vencedor de 3 estatuetas do Oscar (Melhor Direção de Arte, Melhor Maquiagem e Melhores Efeitos Visuais) tornou-se uma espécie de referência da cultura pop. Quase todo mundo sabe o que Benjamin Button significa. Ou diga a alguém que parece mais jovem que é Benjamin Button.

Todo o roteiro do filme é fictício, embora exista uma doença genética rara, a síndrome de Hutchinson-Gilford, que acelera o processo de envelhecimento em cerca de sete vezes. Depois temos uma criança que parece velha (como nos filmes). Ela, porém, não rejuvenesce – e costuma morrer precocemente, por volta dos 16 anos.

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Já na natureza podemos encontrar algumas criaturas que repetem as características do personagem de Brad Pitt. Até agora, a literatura apontou para dois seres com a capacidade de se desenvolverem de forma inversa quando adultos: a água-viva imortal (Turritopsis dohrnii) e um tipo de tênia que afeta cães (Echinococcus granulosus).

Até agora. Cientistas da Universidade de Bergen, na Noruega, acabam de identificar uma terceira espécie capaz de tal feito. E é outra água-viva, conhecida como noz-do-mar e que vive no Oceano Atlântico.

Este é um dos ‘Botões de Benjamin’ da natureza – Imagem: Dan_Manila/Shutterstock

Espécie consegue retornar ao estágio larval

  • O Mnemiopsis leidyi usa esse mecanismo como forma de sobrevivência.
  • Os cientistas fizeram alguns testes e perceberam que a noz do mar pode retornar ao estágio larval quando o alimento escasseia ou quando está ferida.
  • Na fase larval, a espécie possui dois tentáculos para capturar alimentos.
  • Quando adulto, parece um pequeno par de pulmões transparentes – e não possui esses tentáculos.
  • Durante os testes, 65 dessas águas-vivas foram colocadas em situações de adversidade.
  • Todos encolheram em pequenas bolhas, mas não morreram.
  • E 13 deles voltaram a ter tentáculos, confirmando a tese dos pesquisadores.
  • Vale ressaltar que o trabalho ainda não foi revisado por outros cientistas.
  • Você pode acessar o artigo científico completo clicando neste link aqui.
O filme é uma história fictícia, mas temos casos de envelhecimento reverso na vida real – Imagem: Divulgação/Warner Bros.

Um problema ambiental

A capacidade de ser Benjamin Button torna essas águas-vivas criaturas bastante resistentes. É difícil matar um deles: se forem feridos, voltam à forma larval e se recuperam. Se estão com fome, fazem a mesma coisa.

Embora admirável, esta resiliência revelou-se um problema em partes da Europa e da Ásia. Isso porque a espécie invadiu outros habitats – e está competindo por alimento com criaturas nativas.

A noz-do-mar vive originalmente no oeste do Oceano Atlântico, mas a espécie se espalhou pelos mares Negro, Cáspio, Mediterrâneo, Báltico e do Norte.

Os cientistas acreditam que conseguiram ir tão longe graças aos navios. Suas características biológicas permitiram que sobrevivessem na água de lastro dos cargueiros, mesmo em ambiente sem alimentos.

Afinal, estamos falando de um problema criado pela ação humana. Assim como vários outros… Nunca foi culpa do Benjamin Button da natureza.

As informações são de Ciência Viva.





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