A Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA) concedeu um contrato de US$ 90 milhões à Astroscale Japan, uma empresa de sustentabilidade espacial, para remover um estágio de foguete H-2A da órbita da Terra até o final desta década.
Batizada de ADRAS-J2, a missão tem como objetivo capturar o objeto de 11 metros de comprimento e três toneladas com um braço robótico e direcioná-lo para a atmosfera terrestre, onde será queimado. Esta operação dá continuidade à missão ADRAS-J, através da qual a empresa realizou recentemente uma inspeção orbital do estágio do foguete, que se encontra a uma altitude de 600 km desde 2009, na sequência do lançamento do satélite de observação de gases com efeito de estufa GOSAT. .
De acordo com um declaração da Afroscale, o maior desafio nesta remoção se deve à idade do foguete e ao estado descontrolado em que se encontra. Porém, a fiscalização da empresa revelou que o adaptador de carga útil do objeto, que será utilizado para sua captura, permanece intacto, facilitando a operação.
Segundo a empresa, retirar objetos da órbita é complexo, pois muitos deles não foram projetados para acoplagem, manutenção ou remoção.
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Além da missão ADRAS-J2, a Astroscale está envolvida em outras iniciativas de remoção de detritos espaciais. Em julho, a empresa assinou contrato com a operadora de satélites Eutelsat OneWeb para retirar da órbita um satélite equipado com placa de acoplamento magnética em 2027. Outra missão, em estudo pela Agência Espacial do Reino Unido, planeja usar uma espaçonave equipada com braço robótico para remover dois antigos satélites britânicos.
A quantidade crescente de detritos espaciais é uma preocupação significativa para a indústria espacial. Estima-se que existam cerca de 40.500 pedaços de detritos espaciais maiores que 10 cm em órbita, incluindo satélites antigos, estágios de foguetes e fragmentos gerados por colisões.
Estes detritos, que circundam a Terra em alta velocidade, representam uma séria ameaça à infra-estrutura espacial. Especialistas alertam que colisões entre esses objetos podem gerar novos fragmentos, criando uma reação em cadeia conhecida como “Síndrome de Kessler”, que pode inutilizar o espaço próximo à Terra por décadas. A remoção ativa de detritos espaciais é considerada crucial para garantir a segurança de futuras operações no espaço.
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