Um novo estudo lança luz sobre a antiga cadeia alimentar marinha ao analisar os restos mortais de uma vaca marinha que viveu há cerca de 20 milhões de anos. Este fóssil, encontrado no norte da Venezuela, revela uma história de predação que se assemelha ao que ainda ocorre nos oceanos modernos.
A pesquisa foi liderada por Aldo Benites-Palomino, paleontólogo da Universidade de Zurique, na Suíça. Em um declaraçãoele explica que é raro encontrar evidências de predação no registro fóssil, o que torna essa descoberta ainda mais significativa. “Hoje é comum encontrar carcaças de presas como fonte de alimento para outros predadores, mas no registro fóssil isso é menos frequente.”
A descoberta começou quando um fazendeiro local encontrou rochas incomuns ao sul da cidade de Coro. Quando analisadas, essas rochas revelaram partes de um esqueleto fossilizado, incluindo uma seção do crânio e 18 vértebras. A análise dos restos mortais indicou que pertenciam a um Culebratérioum gênero extinto de vacas marinhas que teve um destino trágico.
O estudo das marcas de mordidas nos ossos permitiu aos pesquisadores reconstruir os últimos momentos desse animal, que foi atacado e gravemente ferido por um crocodilo, possivelmente por meio da técnica do “rolo da morte” – comportamento comumente observado em crocodilos modernos.
Em seguida, um tubarão tigre extinto (Galeocerdo sp.) aproveitou a situação, retirando carne do cadáver. A equipe identificou o tubarão responsável como G. aduncusbaseado em um dente encontrado no pescoço da vaca marinha.
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Fóssil de vaca marinha é um registro raro de vítimas de múltiplos predadores
Ao examinar os sedimentos ao redor do local, os pesquisadores conseguiram datar o fóssil com aproximadamente 20 milhões de anos de idade, fornecendo um registro raro de múltiplos predadores alimentando-se de uma única presa.
Publicado quarta-feira (28) em Jornal de Paleontologia de Vertebradosa pesquisa destaca a importância de estudos como este para compreender as interações tróficas antigas. Os investigadores explicam que embora existam registos fósseis com marcas de predação, muitos são ambíguos, tornando difícil distinguir entre predação ativa e eventos de eliminação.
Segundo Benites-Palomino, o trabalho detalhado de identificação e análise desse fóssil proporcionou uma visão única das interações predatórias daquele período, reforçando a complexidade das antigas teias alimentares marinhas.
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