Fungos são usados para controlar robôs “biohíbridos”

setembro 1, 2024
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Fungos são usados para controlar robôs “biohíbridos”


Cientistas da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, desenvolveram uma nova classe de robôs “biohíbridos” que utilizam fungos para se movimentar. Esses robôs são controlados por sinais elétricos enviados pelo micélio, a estrutura da raiz dos fungos.

Os fungos têm a capacidade de detectar e comunicar-se através de sinais elétricos que viajam através do micélio. Aproveitando essa característica, os pesquisadores cultivaram micélio diretamente na eletrônica dos robôs. Foi criado um sistema para registrar com precisão a atividade eletrofisiológica do micélio, processá-la e convertê-la em um sinal digital que os robôs possam interpretar.

Quando esses sinais são enviados aos atuadores, os robôs se movimentam de acordo com as mudanças do ambiente, como a presença de luz, que influenciam nos sinais emitidos pelos fungos. A pesquisa foi publicada na revista Robótica Científica.

Demonstração do movimento do robô biohíbrido da Universidade Cornell. (Imagem: Universidade Cornell)

Pesquisadores criaram dois modelos de robôs biohíbridos

  • A equipe Cornell desenvolveu dois tipos de robôs biohíbridos.
  • O primeiro é um modelo simples com rodas, enquanto o segundo tem um formato mais complexo com pernas macias em forma de aranha.
  • Em ambos os casos, uma placa de Petri contendo fungos é posicionada no topo do robô. A partir daí, o fungo responde aos estímulos ambientais e envia sinais que fazem o robô se movimentar.
  • Os robôs foram submetidos a três experimentos:
    • No primeiro, os robôs se moviam em resposta a picos naturais nos sinais emitidos pelos micélios.
    • No segundo experimento, os cientistas expuseram o fungo à luz ultravioleta, o que mudou a forma como os robôs se moviam.
    • Finalmente, os pesquisadores demonstraram que poderiam ignorar os sinais do fungo e controlar manualmente os robôs, se necessário.

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micélio fúngico
O micélio, estrutura radicular dos fungos, foi utilizado no desenvolvimento de robôs biohíbridos. (Imagem: luchschenF/Shutterstock.com)

Futuro dos robôs biohíbridos

Embora a luz tenha sido o único estímulo testado até agora, a equipa sugere que versões futuras destes robôs poderão incorporar múltiplos inputs, tais como assinaturas químicas. A ideia é que sistemas vivos, como os fungos, sejam naturalmente eficientes em responder a diversos estímulos, como luz, calor e pressão, algo que os sistemas sintéticos precisariam de sensores especializados para realizar.

Este artigo é o primeiro de muitos que utilizarão o reino dos fungos para fornecer sensores ambientais e sinais de comando aos robôs, melhorando seus níveis de autonomia.

Rob Shepherd, principal autor do estudo

Ele sugere que, no futuro, estes robôs possam ser usados ​​para monitorizar a química do solo nas culturas, decidindo automaticamente quando adicionar fertilizante, por exemplo, o que poderia reduzir os impactos negativos da agricultura, como a proliferação de algas nocivas.





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