Quando pensamos em abelhas, é comum associá-las a insetos voadores com listras amarelas e pretas, que normalmente causam medo devido à sua picada. Porém, nem todos são assim.
Novo trabalho de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) preparou informações importantes sobre os diferentes tipos de abelhas – principalmente as sem ferrão – e seu papel no meio ambiente.
As abelhas no Brasil se adaptaram
O trabalho foi realizado no jardim da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo, localizado no bairro Cerqueira César, entre o centro e a zona oeste da capital.
Lá existem quatro tipos de abelhas sem ferrão: jataí (Tetragonisca angustula), jataí-da-terra (Paratrigona subnuda), tubuna (Scaptotrigona sp) e boca-de-rã (Partamona helleri).
Segundo os autores envolvidos no trabalho, quando Jornal USPas abelhas que associamos às picadas são da espécie Apis melíferatambém conhecida como abelha italiana, europeia ou africanizada. No entanto, o cruzamento entre espécies europeias e africanas criou uma nova espécie híbrida, a Apis mellifera scutelattacom alta capacidade de adaptação e produção de mel.
E-book gratuito explica a importância das abelhas sem ferrão
Utilizando abelhas sem ferrão do jardim da USP, os pesquisadores Gabriel Belem Vasconcelos (Gestão Ambiental), Sabrina Marques Vasconcelos Bonfim (Gestão Ambiental), Samantha Marques Vasconcelos Bonfim (Nutrição) e Cláudia Maria Bógus (pedagoga) organizaram um e-book gratuito sobre sua importância.
O trabalho interdisciplinar foi denominado “Abelhas Sem Ferrão no Jardim da Faculdade de Saúde Pública” e organizado em 13 partes. Os primeiros fornecem informações gerais sobre biodiversidade e polinização. Em seguida, eles analisam o mundo das abelhas em geral, incluindo como elas vivem e suas contribuições para os humanos. Por fim, o livro digital aborda as espécies presentes no jardim da USP, incluindo abelhas sem ferrão, e plantas polinizadas por elas.
O e-book pode ser baixado gratuitamente no Portal Open Books da USP neste link.
Leia mais:
Como são as abelhas sem ferrão brasileiras?
- Segundo os autores, a abelha Apis mellifera scutelatta É uma das mais de 20 mil espécies em todo o mundo. Variam em tamanho, cor, habitats e hábitos sociais;
- No Brasil existem cerca de 3 mil espécies, incluindo cerca de 300 espécies sem ferrão espalhadas por todos os biomas brasileiros;
- As abelhas sem ferrão (também chamadas de abelhas nativas ou indígenas) recebem esse nome porque seus ferrões se atrofiaram, perdendo a capacidade de picar;
- A maioria deles é inofensiva ao homem e depende de outras técnicas de proteção, como construir seus ninhos perto de abelhas defensivas (com ferrão), morder ou enrolar-se no cabelo ou na pele dos intrusos;
- A produção de abelhas sem ferrão abrange desde produtos nutricionais e culinários, como mel, pólen e leveduras, até produtos medicinais, como própolis e hidromel. Também colaboram com práticas artesanais, como cera para lacrar cestos e cera para confecção de velas e brinquedos;
- No livro digital, os autores abordam também o potencial medicinal e/ou alimentar de plantas polinizadas por essas abelhas, como a babosa, a cúrcuma e a hortelã.
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