Setembro tem eclipse parcial da Superlua – saiba tudo aqui

setembro 5, 2024
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Setembro tem eclipse parcial da Superlua – saiba tudo aqui


Na noite entre 17 e 18 de setembro ocorrerá um eclipse lunar parcial. Nessa ocasião, Saturno, brilhando intensamente, estará visível bem próximo da Superlua, protagonista da noite.

Este fenômeno pode ser observado em meio mundo, sem a necessidade de telescópios, binóculos ou qualquer equipamento especial – bastam os seus olhos!

Em algumas regiões, o eclipse será visível na íntegra, enquanto outras verão apenas parte dele, dependendo da hora em que a Lua nasce ou se põe em cada local.

Como podemos ver no mapa abaixo, as regiões que poderão ver o eclipse completo incluem partes do oeste da África e da Europa, sul e leste da América do Norte, toda a América do Sul e partes da Antártica. O evento será parcialmente visível numa vasta área que abrange a Europa, África, América do Norte e do Sul, grande parte da Ásia, bem como os oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, bem como áreas do Ártico e da Antártica.

Mapa de onde o eclipse lunar parcial de setembro de 2024 será visível. Crédito: InTheSky.org

Confira a programação do eclipse lunar (horário de Brasília):

  • 17/09: Início do eclipse penumbral às 21h41;
  • 17/09: Início do eclipse parcial às 23h12;
  • 17/09: Eclipse parcial atinge seu pico às 23h44;
  • 18/09: Fim do eclipse parcial às 00h15;
  • 18/09: Fim do eclipse penumbral às 1h47.

A duração total do eclipse será de quatro horas e seis minutos, com a fase parcial durando uma hora e três minutos.

Cronograma do eclipse lunar parcial de 17 a 18 de setembro de 2024 (no horário de Greenwich – GMT). Crédito: © Vito Technology, Inc. via Starwalk Space

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Eclipse lunar será acompanhado por Saturno

De acordo com a plataforma de observação astronômica Espaço Starwalkdurante o evento, apenas 3,5% da Lua aparecerá escurecida, como se um pequeno pedaço tivesse sido arrancado. A maior parte do eclipse será penumbral, o que significa que o disco lunar escurecerá ligeiramente ao passar pela sombra penumbral da Terra, enquanto uma “mordidinha” escurecida aparecerá em uma borda da Lua ao passar pela sombra umbral.

À esquerda, uma Lua Cheia normal. À direita, lua cheia durante um eclipse lunar parcial em 17 a 18 de setembro de 2024. Crédito: © Vito Technology, Inc.

Saturno estará brilhando próximo à Lua durante o eclipse, oferecendo um espetáculo adicional no céu noturno – em um fenômeno conhecido como conjunção astronômica, que acontece quando dois corpos celestes compartilham a mesma ascensão reta (coordenada astronômica equivalente à longitude da Terra).

A magnitude umbral do eclipse lunar será 0,085, com a magnitude penumbral sendo 1,037, números que ajudam a determinar a extensão da cobertura de sombra da Terra sobre a Lua. Para efeito de comparação, a magnitude umbral máxima possível é 1,0 e a magnitude penumbral máxima é 2,0. Lembrando que quanto mais brilhante um objeto parece, menor é sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o corpo mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.

O próximo eclipse lunar está previsto para 13 e 14 de março de 2025 e será total (conhecido como “Lua de Sangue”), quando o disco lunar ganha uma tonalidade vermelha, criando uma visão impressionante no céu.

Por que “Superlua”?

Para dar ainda mais charme ao grande acontecimento da noite, a lua cheia de setembro deste ano é considerada uma “Superlua”.

De uma forma muito simples e resumida, uma Superlua ocorre quando o nosso satélite natural atinge a sua fase cheia 24 horas antes ou depois de atingir a sua maior aproximação à Terra (um ponto chamado perigeu).

“Mas, sem saber a que distância a lua cheia precisa estar da Terra, não é possível determinar se esta ou aquela lua cheia é uma Superlua”, explica o colunista do Olhar Digital Marcelo Zurita, que é presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA) e diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon).

Segundo Zurita, há até algumas tentativas de criar uma definição científica, completa e definitiva para o termo, mas é difícil chegar a um consenso, e talvez isso tenha a ver com o fato de vir da astrologia. “Na astronomia, seu uso é recente e tem se mostrado uma boa forma de popularizar a ciência, mas muita gente ainda ‘torce o nariz’ para o termo, considerando-o um nome de marketing para ‘vender’ a Lua Cheia no perigeu, que , na prática, não tem nada de super, nem representa nenhum fenômeno de interesse científico”.

Crédito: Reprodução/Vox

Talvez por isso a União Astronómica Internacional (IAU) não tenha demonstrado, até à data, qualquer interesse em uniformizar o termo. “Tudo o que temos são definições informais para a Superlua”, disse Zurita, explicando que, nos meios científicos, os astrónomos preferem a referência “perigeu-sizígia” ou simplesmente “Lua Cheia no Perigeu”.

A distância da Lua à Terra varia porque a sua órbita não é perfeitamente circular – é ligeiramente oval, traçando uma trajetória chamada elipse. À medida que percorre este caminho elíptico em torno do nosso planeta todos os meses, a sua distância varia entre 356.500 km no perigeu e 406.700 km no apogeu (ponto mais distante).

Seguindo o conceito acima, a Lua precisa entrar na fase cheia 24 horas antes ou depois de atingir o perigeu, certo? Este ano, isso acontecerá em setembro e outubro. No caso de setembro, a fase completa começa às 23h34 (horário de Brasília) do dia 17. O perigeu lunar será alcançado, por sua vez, às 10h22 do dia seguinte.

Existem três tipos de eclipses lunares

Como podemos ver no diagrama abaixo, a sombra da Terra é dividida em duas partes: umbra e penumbra.

O diagrama demonstra a umbra e a penumbra. Crédito: TimeAndDate

Quando a Lua se posiciona completamente na umbra, ocorre um eclipse lunar total. Quando apenas parte dele está na umbra e a outra parte na penumbra, isso caracteriza um eclipse lunar parcial.

No caso do evento da próxima semana, a Lua ficará completamente imersa na penumbra, portanto, será um eclipse lunar penumbral. Mas, diferentemente dos outros dois tipos, este é um evento extremamente sutil de se observar.

A simulação abaixo mostra a trajetória da Lua em relação à sombra da Terra. O círculo cinza externo é a penumbra da Terra, dentro da qual o planeta bloqueia parte da luz do Sol, fazendo com que a Lua pareça mais escura do que o normal, mas não completamente escura. O círculo preto interno é a umbra, dentro da qual a Terra bloqueia completamente a luz do Sol e onde o disco da Lua apareceria completamente não iluminado.

Crédito: InTheSky.org

O painel inferior mostra a posição da Lua no céu em relação ao horizonte, vista por um observador localizado na cidade de São Paulo.





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