Na próxima terça-feira (17), um asteroide “potencialmente perigoso” do tamanho de um arranha-céu deverá passar perto da Terra, segundo Informação da NASA.
O objeto espacial se chama 2024 ON, tem diâmetro estimado entre 220 me 480 m e passará pelo nosso planeta a 31.933 km/h, cerca de 26 vezes a velocidade do som.
A agência espacial norte-americana estima que, na sua distância mais próxima da Terra, atingirá cerca de um milhão de quilómetros, o equivalente a 2,6 vezes a distância média entre o nosso planeta e a Lua.
Cosmicamente falando, é uma distância incrivelmente estreita, mas ainda é longe o suficiente para que não devamos nos preocupar com um impacto mortal.
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Se isso não nos afetará, por que o asteroide é “potencialmente perigoso”?
- A NASA entende que qualquer objeto espacial que esteja a 193 milhões de quilômetros da Terra é um “objeto próximo à Terra”;
- A agência também classifica qualquer objeto grande num raio de 7,5 milhões de quilómetros daqui como “potencialmente perigoso”;
- As localizações e órbitas de cerca de 28.000 asteróides são rastreadas pelo Sistema de Último Alerta de Impacto Terrestre de Asteróides (ATLAS);
- O ATLAS é composto por quatro telescópios que, a cada 24 horas, examinam o céu noturno;
- Todos esses objetos espaciais já têm suas respectivas órbitas traçadas além deste século;
- Enquanto isso, a NASA garantias que não teremos colisões apocalípticas por pelo menos 100 anos.
No caso de 2024 ON, se atingisse o nosso planeta, não seria devastador, como o asteroide que matou os dinossauros (aquele tinha incríveis 12 km de diâmetro) há 66 milhões de anos.
No entanto, causaria efeitos dramáticos no planeta. Um exemplo levantado por Ciência Viva é a explosão, em 2013, de um meteoro de 18 m de largura sobre a cidade de Chelyabinsk (Rússia).
A explosão foi equivalente a 400 e 500 quilotons de TNT, ou 26 a 33 vezes a energia liberada pela bomba que caiu sobre Hiroshima (Japão), ferindo 1.500 pessoas.
Se quiser acompanhar o curso ON 2024 na terça (17), você pode acompanhar o transmissão ao vivo do Projeto Telescópio Virtual, a partir das 16h30 (horário de Brasília).
Dificuldades em prever a trajetória dos asteroides
Estudar as trajetórias dos asteroides é mais difícil do que se imagina por causa do efeito Yarkovsky. Como você pode imaginar, o efeito leva o nome do engenheiro do século XIX que o propôs pela primeira vez.
Neste caso, este efeito significa que, durante longos períodos, as rochas espaciais absorvem e emitem luz portadora de momento suficiente para fazer uma mudança subtil nas suas órbitas. Portanto, quantificar o efeito Yarkovsky é vital para prever quais asteróides são uma ameaça.
Várias agências estão procurando uma maneira de desviar um asteroide potencialmente perigoso em nossa direção. Um exemplo recente foi a missão DART da NASA, que, em 26 de setembro de 2022, desviou com sucesso um “asteróide de teste”, Dimorphos.
A China também relatou estar nos estágios iniciais de planejamento de uma missão semelhante. A expectativa deles é lançar 23 foguetes Longa Marcha 5 no asteroide Bennu. Ele oscilará 7,4 milhões de quilômetros da órbita da Terra entre os anos de 2175 e 2199.
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