James Webb descobre estrelas bebês na borda da Via Láctea

setembro 16, 2024
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James Webb descobre estrelas bebês na borda da Via Láctea


Desde o seu lançamento em 2021, o Telescópio Espacial James Webb (JWST) da NASA tem expandido os limites da astronomia ao observar as galáxias mais distantes, formadas quando o Universo ainda era jovem.

Agora, o equipamento concentrou-se em uma região próxima, nos arredores da Via Láctea, chamada de “Galáxia Externa Extrema”. Localizada a aproximadamente 58 mil anos-luz do centro galáctico, esta área revela novos detalhes sobre a formação de estrelas em ambientes pouco explorados.

Os astrônomos usaram o JWST para estudar duas enormes nuvens moleculares chamadas Digel Cloud 1 e Digel Cloud 2. Essas nuvens, compostas principalmente de gás e poeira, abrigam regiões de intensa formação estelar.

Uma versão ampliada da imagem Digel 2S obtida pelo Telescópio James Webb. Crédito: NASA, ESA, CSA, STScI, M. Ressler (JPL)

Usando os instrumentos NIRCam e MIRI do telescópio, a equipe capturou imagens detalhadas de protoestrelas e aglomerados de estrelas, destacando áreas de “explosões” de nascimento de estrelas.

James Webb captura jatos de plasma liberados por estrelas bebês

As protoestrelas observadas (ou estrelas bebês) são corpos jovens que ainda estão em processo de acumulação de massa. Formam-se em densas nuvens de gás e poeira e, ao atingirem uma massa crítica, iniciam o processo de fusão nuclear, tornando-se estrelas completas. Porém, antes de atingir esta fase, essas protoestrelas passam por eventos caóticos, expelindo jatos de plasma, o que também foi registrado pelas observações de Webb.

Em um declaraçãoNatsuko Izumi, da Universidade de Gifu, no Japão, que liderou as investigações, disse que o JWST forneceu imagens mais detalhadas destas nuvens moleculares do que nunca. “Anteriormente sabíamos da existência dessas regiões, mas não podíamos explorar a fundo suas propriedades.”

Segundo ele, com os dados captados, os astrônomos agora conseguem observar fenômenos como jatos de material emitidos por estrelas em formação e outros detalhes da estrutura dessas nuvens.

Uma característica importante das Nuvens Digel é a sua pobre composição de elementos mais pesados, os chamados “metais”, como oxigênio e carbono. Estas nuvens, compostas principalmente por hidrogénio e hélio, são semelhantes às condições observadas em galáxias anãs e podem fornecer pistas sobre a formação da Via Láctea nas suas fases iniciais.

A nuvem Digel 2S vista pelo JWST com setas brancas indicando a direção dos fluxos de saída. Crédito: NASA, ESA, CSA, STScI, Michael Ressler (NASA-JPL)

Assim, estudar essas regiões ajuda a compreender a evolução da galáxia antes que eventos como a morte de estrelas aumentassem a concentração de metais no cosmos.

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De acordo com o artigo que relata a pesquisa, publicado na revista científica Jornal Astronômicoa equipe liderada por Izumi observou quatro aglomerados principais nas Nuvens Digel: 1A, 1B, 2N e 2S.

Em particular, na região 2S, foi detectada intensa atividade de formação estelar, com várias estrelas jovens emitindo longos jatos de material. Além disso, foi identificado um subaglomerado de estrelas no meio desta região ativa, uma descoberta que surpreendeu a equipa.

Descoberta ajuda a melhorar a compreensão da evolução do Universo

Mike Ressler, do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA, comentou que a diversidade de jatos observada foi inesperada: “É como um foguete disparando para todos os lados, realmente fascinante”.

Os ricos detalhes obtidos nestas observações permitem aos cientistas investigar questões sobre a formação de estrelas em diferentes ambientes. A equipa também procura compreender a abundância de estrelas de diversas massas nestas regiões e como as condições locais influenciam o nascimento de diferentes tipos de estrelas.

Isto poderá fornecer pistas sobre o processo de formação estelar em galáxias mais distantes e ambientes primitivos, contribuindo para o conhecimento sobre a evolução do Universo.

Além disso, a equipa planeia continuar a estudar os discos de gás em torno destas estrelas jovens. Uma questão intrigante é por que estes discos duram menos tempo em regiões como a Galáxia Exterior quando comparados com áreas mais próximas da Terra.

Outro ponto de interesse são os jatos detectados na nuvem 2S, cuja dinâmica e comportamento ainda precisam ser compreendidos com mais profundidade.





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