Satélite da NASA registra primeira grande explosão de raios gama

setembro 17, 2024
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Satélite da NASA registra primeira grande explosão de raios gama


Lançado em abril, o cubo BurstCube da NASA detectou com sucesso sua primeira explosão de raios gama. O pequeno satélite foi projetado para estudar essas explosões, que são as mais intensas e violentas do Universo.

O evento capturado pela espaçonave ocorreu no dia 29 de junho na constelação Microscopium, no hemisfério sul. A explosão durou menos de dois segundos, mas brilhou um quintilhão de vezes mais que o Sol, de acordo com a NASA.

O BurstCube se dedica justamente a capturar essas explosões “curtas” de raios gama, com duração inferior a dois segundos. Estes eventos são cruciais para a compreensão do fim da vida de estrelas massivas e do nascimento de buracos negros. Ocorrem quando estrelas de nêutrons, que são restos superdensos de grandes estrelas, colidem com outras estrelas de nêutrons ou buracos negros, gerando também ondas gravitacionais.

Uma das duas formas de explosão de raios gama é a colisão de duas estrelas de nêutrons, conforme representado na imagem ilustrativa acima. Crédito: Robin Dienel/Carnegie Institution for Science

Estas fusões não só emitem ondas detectáveis ​​no espaço-tempo, como também criam elementos raros, como o ouro e a platina, bem como componentes químicos essenciais à vida, como o iodo e o tório.

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As explosões de raios gama foram descobertas em 1963, quando satélites militares dos EUA detectaram emissões inesperadas enquanto monitorizavam os testes nucleares soviéticos. Mesmo depois de décadas de estudo, os mecanismos por trás destes eventos poderosos ainda não são totalmente compreendidos.

Equipado com quatro detectores circulares de raios gama, o BurstCube foi projetado para identificar essas explosões com alta precisão a partir de sua posição na órbita da Terra. Esses detectores convertem os raios gama em luz visível e depois em pulsos de elétrons, o que permite determinar a direção do evento.

Concepção artística do BurstCube da NASA orbitando a Terra enquanto caça pequenas rajadas de raios gama. Crédito: Centro Espacial Goddard/Laboratório de Imagens Conceituais da NASA

Apesar do sucesso na detecção da explosão, a missão enfrenta um problema técnico. Um dos painéis solares não abriu completamente, dificultando o funcionamento do rastreador de estrelas, que orienta o satélite no espaço. Esse defeito aumentou o atrito com a atmosfera, antecipando o fim da missão para setembro e encurtando o tempo de operação de 12 para apenas seis meses.

Apesar do revés, a equipe da NASA comemora os resultados obtidos. “Estamos aproveitando ao máximo o nosso tempo em órbita”, disse Jeremy Perkins, principal investigador da missão no Centro Espacial Goddard.

Pequenas missões como o BurstCube oferecem a oportunidade de fazer grandes descobertas e testar novas tecnologias, além de proporcionar experiências valiosas para cientistas em início de carreira, como destaca a NASA no comunicado à imprensa.





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