Dados recentes divulgados por Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime revelam que mais de 292 milhões de pessoas em todo o mundo usaram drogas em 2022. Isto representa um aumento de 20% em comparação com a década anterior.
A maconha é a substância mais consumida. Em seguida vêm os opioides, as anfetaminas e a cocaína. Mais de 23 milhões de pessoas utilizaram este último durante o período.
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A cocaína é extraída das folhas da planta da coca (Erythroxylum coca), arbusto nativo da América do Sul, mais especificamente das regiões montanhosas do Peru e da Bolívia. Apesar de sua origem latino-americana, essa droga já se espalhou por todo o planeta. E isso teria acontecido muito antes do que os cientistas pensavam.
Os pesquisadores acreditavam que os europeus só trouxeram coca para o Velho Mundo a partir do século XIX. Um novo estudo, porém, afirma que isso aconteceu muito antes, no século XVII.
Traços de coca no crânio
- Pesquisadores da Universidade de Milão descobriram vestígios de cocaína no tecido cerebral dos crânios de dois homens que viveram na Itália naquele século.
- Os dois foram enterrados em uma cripta que serviu de cemitério no Ospedale Maggiore, um “hospital pioneiro” de Milão que atendia os necessitados.
- Das aproximadamente 10 mil pessoas na cripta, os pesquisadores examinaram o tecido cerebral de nove delas que morreram no hospital em 1600.
- Fizeram uma análise toxicológica do tecido, identificando a composição química do local.
- A análise revelou três moléculas-chave no crânio: cocaína, higrina e benzoilecgonina.
- A presença de higrina indica que usaram cocaína através da folha da planta.
- O uso moderno de cocaína em pó não produz higrina.
- A datação por radiocarbono do osso de um dos indivíduos enterrados mostrou que eles viveram há cerca de 350 anos.
- Por outras palavras, a cocaína teria chegado à Europa muito antes do século XIX.
- Outro fato interessante é que os registros hospitalares do Ospedale Maggiore não mencionam a cocaína como tratamento até o século XIX.
- Os pesquisadores acreditam que esses dois indivíduos obtiveram folhas de coca – ou foram a locais que ofereciam tratamentos alternativos.
- As conclusões estão contidas na edição mais recente do Revista de Ciência Arqueológica.
Um pouco de história
Quando os espanhóis chegaram à América, entre os séculos XV e XVI, exploraram inicialmente riquezas como ouro e prata, além de açúcar e fumo.
Viram até tribos indígenas e os próprios incas usando a folha para fins religiosos, recreativos e médicos. Eles, no entanto, estavam focados apenas no que sabiam. Além disso, temiam os efeitos “mágicos” da planta e acreditavam que as mudas não sobreviveriam a uma longa viagem de navio.
Os pesquisadores deste estudo descreveram como os Incas usavam a coca:
“Na verdade, a população inca a considerava uma planta milagrosa e mágica que tinha o poder de matar a fome e a sede, produzia efeitos estimulantes, podia ser usada como remédio (como anti-séptico e analgésico, para ajudar na digestão, para curar asma, estômago dor no peito, redução de sangramentos nasais e vômitos) e induziu uma sensação de bem-estar”, escreveram os cientistas.
E isso é verdade. Quem já visitou os países andinos sabe que mascar folhas de coca ajuda muito a aguentar as grandes altitudes.
A folha também tem sido amplamente utilizada como medicamento. O pai da psicanálise, Sigmund Freud, por exemplo, tem um livro inteiro sobre o assunto.
A Coca-Cola que você bebe também trazia folha de coca na receita original – essa receita, porém, mudou anos depois (e agora usa cafeína).
A cocaína em pó começou a ser usada como droga que conhecemos hoje no início do século XX. E tornou-se popular como droga para os ricos e famosos em 1970. Foi também nessa altura que os cartéis colombianos cresceram. Já existiam antes, mas cresceram graças à produção de drogas sintetizadas.
As informações são de Ciência Viva.
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