Telescópios poderosos como o James Webb são feitos incríveis de engenharia. E se pudéssemos tirar proveito de um telescópio ainda melhor? Não seria um modelo convencional como o da imagem acima. Também não teria nem lente, mas seria muito poderoso.
Este telescópio usaria o próprio Sol e nos permitiria “ver” muito mais longe no espaço profundo.
Sol poderia funcionar como um telescópio gigante
- Apesar de não se parecer com uma lente ou espelho, o Sol tem muita massa;
- Na teoria da relatividade geral de Einstein, objetos massivos curvam o espaço-tempo ao seu redor
- Qualquer luz que toca a superfície do sol é desviada e, em vez de continuar em linha reta, dirige-se para o mesmo ponto focal;
- O uso de lentes gravitacionais poderia ajudar a enviar dados de longa distância.
Os astrônomos já usam esse efeito chamado lente gravitacional para estudar galáxias distantes. Quando a luz destas galáxias passa perto de outras, a massa deste aglomerado amplifica a imagem de fundo, permitindo-nos ver mais longe do que normalmente conseguiríamos.
“Lentes gravitacionais solares” teriam uma resolução incrivelmente alta. De acordo com o espaçoé como se tivéssemos um telescópio espelhando a largura de todo o sol. Um instrumento posicionado no ponto focal correto poderia aproveitar a deformação da gravidade do Sol e nos permitir observar o universo distante — seria quase um milhão de vezes mais poderoso que o Event Horizon Telescope, que além de gerar imagens impressionantes de buracos negros, poderiam detectar uma laranja na superfície da lua.
A ilustração abaixo mostra como a abordagem funciona:
Também existem desafios no uso de lentes gravitacionais solares como um telescópio natural. Um deles é o ponto focal de curvatura da luz: 542 vezes maior que a distância entre a Terra e o Sol — e três vezes mais longe do que onde está localizada a Voyager 1, a espaçonave mais distante já lançada pela humanidade.
No final, além de enviar uma espaçonave ainda mais longe, ela também teria que ter combustível suficiente para se deslocar após chegar ao seu destino. As imagens criadas pelas lentes gravitacionais solares se espalhariam por dezenas de quilômetros do espaço, de modo que a espaçonave teria que escanear todo o campo em busca de “pedacinhos” até construir uma foto completa.
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Afinal, o que o supertelescópio solar poderia fazer?
As lentes gravitacionais solares seriam capazes de fornecer um retrato detalhado da superfície de qualquer exoplaneta num raio de 100 anos-luz (sem mencionar outras observações astronômicas). Seria melhor do que qualquer telescópio que pudéssemos construir nas próximas centenas de anos, destaca o Ciência Viva.
Embora possa parecer estranho, o conceito não está tão longe da realidade. Planos para aproveitar o poder das lentes solares surgiram na década de 1970. Mais recentemente, os astrônomos propuseram o desenvolvimento de uma frota de pequenos satélites que, uma vez no destino, coordenariam manobras para gerar uma imagem, enviando os dados de volta à Terra para processamento.
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