Por que o café está mais caro no mundo — e a ‘culpa’ é do Brasil

setembro 23, 2024
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Por que o café está mais caro no mundo — e a ‘culpa’ é do Brasil


Para muitas pessoas, o dia só começa depois da primeira xícara de café. E aí vem o segundo, o terceiro, o quarto, o quinto… Bom, o brasileiro gosta muito desse grão! Mas não somos bons apenas em consumir. Somos também o maior produtor de café do mundo, responsável por entre 35% e 40% das sacas, dependendo da colheita.

Faça em casa ou beba na rua, você deve ter notado que nosso café sagrado ficou mais caro recentemente. E não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Já há relatos de uma xícara de café sendo vendida por quase £5 em Londres. Ou 7 dólares (R$ 38) em Nova York.

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A BBC britânica ouviu alguns especialistas na área e estes afirmaram que o custo do feijão não torrado está num dos níveis mais elevados da história. E a explicação para isso envolve fatores econômicos e climáticos.

Para se ter uma ideia, segundo a Organização Internacional do Café, os estoques do produto estão atualmente “quase esgotados”. E o início desta crise ocorreu no Brasil há alguns anos.

O Brasil como parte do problema

  • Como já dissemos, nosso país é o principal produtor e exportador mundial de café.
  • Em 2021, uma geada atípica atingiu algumas regiões de Minas Gerais, São Paulo e Paraná.
  • Estes são estados produtores de grãos.
  • Minas, por exemplo, responde por mais de 50% das plantações de café.
  • A geada de 2021 danificou diversas plantas de café e a falta de chuvas registrada nos anos seguintes também prejudicou bastante a agricultura.
As mudanças climáticas têm papel central nesta história – Imagem: Rodrigo Mozelli (gerada com IA)/Olhar Digital
  • Diante disso, o que o mercado global fez?
  • Voltou-se para outros países produtores de grãos, principalmente o Vietnã, que é o segundo maior, atrás apenas do Brasil.
  • O problema é que as alterações climáticas também afectam a nação asiática, que sofreu uma grave seca neste período.
  • A frequente falta de chuvas fez com que os agricultores da região decidissem investir em outro tipo de plantio.

Vietnã e frutas fedorentas

Entretanto, os vietnamitas decidiram substituir as plantações de café por plantações (mais resistentes) de uma fruta chamada durian.

Podemos dizer que o durião é, no mínimo, controverso. Ela é bastante popular no Leste Asiático, mas divide opiniões nesses países. É uma coisa do tipo ame ou odeie. Isso se deve ao seu cheiro forte. Alguns dizem que parece chulé – outros, vômito. Os defensores do Durian, entretanto, afirmam que você se acostuma com o odor. E o sabor diferente e cativante faz valer a pena.

O Vietnã começou a substituir as plantações de café pelo cultivo de durião – Imagem: Torjrtrx/IStock

O fato é que alguns lugares, como Tailândia, Japão, Singapura e Hong Kong, proibiram o consumo da fruta no transporte público. Na China, porém, esse consumo é permitido. Os chineses, na verdade, têm gostado cada vez mais da controversa comida. A tal ponto que o Vietnã investe tanto em durião.

As exportações para a China desta fruta cultivada no Vietname quase duplicaram entre 2023 e 2024. Alguns agricultores estimam que a colheita seja cinco vezes mais lucrativa do que o café. Num movimento contrário, as exportações de café caíram 50% em junho em relação ao mesmo período do ano anterior.

Os exportadores da Colômbia, Etiópia, Peru e Uganda até tentaram preencher esta lacuna, mas não produziram o suficiente para aliviar esta mudança na Ásia.

O resultado de tudo isto são stocks limitados e preços crescentes dos cereais.

Brasil como parte da solução

Mesmo com esse fenômeno ocorrendo no Vietnã, o mercado cafeeiro global ainda tem esperança: o Brasil. A próxima safra de primavera aqui no país deverá definir o rumo que os preços tomarão no médio prazo.

Mais do que grandes consumidores de café, somos o maior produtor e exportador do grão do mundo – Imagem: Anelo/Shutterstock

Se a colheita for boa, os estoques aumentam e os valores para o consumidor tendem a cair. Porém, uma boa colheita depende da chuva – e, como todos sabemos, ela falta em muitas regiões.

Se chover nas próximas semanas, as plantas deverão florescer de forma saudável. Agora, se enfrentarmos mais períodos de seca, não há saída: o café continuará caro.

E não é culpa do Brasil, do Vietnã ou do durião. Desde 2021 e aquela geada, você pode levar em consideração as mudanças climáticas.

As informações são de BBC.





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