Tempestade geomagnética prevista para atingir a Terra nesta quarta-feira (25) chegou mais cedo, segundo guia de observação espacial EarthSky.org. O episódio foi consequência de uma ejeção de massa coronal (CME) liberada por uma explosão no Sol – e que foi “turbinada” por um evento extra: o equinócio (você entenderá mais tarde).
De acordo com a plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather. comno domingo (22), uma explosão solar de classe M (moderada) eclodiu da mancha solar AR3835. Segundo os especialistas, este evento foi surpreendente, pois esta região do Sol parecia demasiado estável para causar uma explosão destas proporções.
Também chamado de “jato de plasma solar”, o CME viajou a mais de um milhão de quilômetros por hora, em rota de colisão parcial com a Terra. Como esperado, a maior parte do material solar passou próximo ao planeta, com um pequeno impacto tangencial atingindo a magnetosfera, a barreira magnética protetora da Terra.
Isso aconteceu na noite de terça-feira (24), às 21h (horário de Brasília). Um segundo período de tempestade de três horas começou nas primeiras horas da manhã, por volta das 2h45. Exibições de Aurora foram vistas na Escandinávia e no extremo norte do continente americano.
Sobre ontem à noite.
Aurora Boreal sobre o Vale Methow, em Washington
—David Brunelle (@davidbrunelle.com) 25 de setembro de 2024 às 10h22
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O equinócio da primavera impulsionou a tempestade geomagnética que atingiu a Terra
Esse tipo de “golpe de relance” normalmente não resulta em uma tempestade geomagnética significativa, porém, desta vez, uma particularidade fez a diferença: a explosão solar ocorreu em meados do equinócio de primavera, o que aumenta as chances de ocorrências.
Relação entre tempestades geomagnéticas e o equinócio:
- Há duas épocas por ano em que o dia e a noite duram quase exatamente 12 horas cada: uma em março e outra em setembro – ambas chamadas de equinócio;
- Devido à órbita irregular da Terra em torno do Sol, essas datas variam de um ano para outro, sendo que a primeira ocorre entre 20 e 21 de março, e a segunda, entre 21 e 23 de setembro;
- Durante os equinócios, momentos em que o eixo da Terra se alinha com a sua órbita solar, a Terra não se inclina em relação ao Sol, o que facilita o alinhamento entre o campo magnético do planeta e o campo solar;
- Este processo, conhecido como “efeito Russell-McPherron”, foi proposto em 1973 para explicar o aumento da frequência das tempestades durante os equinócios;
- Dados históricos de 1932 a 2014 mostram que as tempestades geomagnéticas ocorrem, em média, duas vezes mais durante os equinócios do que nos solstícios (quando os pólos da Terra estão diretamente voltados para o Sol e o alinhamento magnético é mais baixo).
As tempestades geomagnéticas podem perturbar sistemas de comunicação, redes elétricas e, em casos mais graves, causar apagões e satélites em órbita. Também tendem a gerar auroras em regiões de latitudes extremas (boreais, ao norte, e austrais, ao sul), causadas pela interação das partículas solares com a atmosfera terrestre.
O Centro de Previsão do Clima Espacial da Administração Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) usa um escala de G1 a G5 para classificar a severidade dessas tempestades. O evento recente foi classificado como G1 (fraco), com impactos mínimos e risco limitado à infraestrutura em localidades mais ao norte do planeta.
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