“Cometa do Século” pode desaparecer após encontro com o Sol

setembro 26, 2024
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“Cometa do Século” pode desaparecer após encontro com o Sol


Descoberto em janeiro de 2023 pelo Observatório Chinês Tsuchinshan e confirmado pelo ATLAS (Asteroid Impact Alert System), da NASA, o cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) atinge o periélio (ponto de maior proximidade com o Sol) nesta sexta-feira (27).

Este é um momento tenso e delicado: após esse encontro, os astrônomos avaliarão se o cometa se tornará um grande espetáculo visível a olho nu, com uma longa cauda luminosa (digno do apelido de “Cometa do Século”), ou se será se desintegrará devido à força gravitacional do Sol, desaparecendo para sempre.

Cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) fotografado de Christ Church, Barbados, na segunda-feira (23). Crédito: David Marshall via Spaceweather.com

Sobre o nome do “Cometa do Século”:

  • A letra “C” indica que se trata de um cometa aperiódico, ou seja, tem origem na Nuvem de Oort e pode passar pelo Sistema Solar apenas uma vez ou levar milhares de anos para retornar;
  • A designação “2023 A3” revela que foi o terceiro objeto do seu tipo descoberto na primeira quinzena de janeiro de 2023, enquanto o sufixo Tsuchinshan-ATLAS refere-se às instituições envolvidas na sua descoberta;
  • O apelido “do Século” é polêmico, pois há especialistas que não acreditam que seu brilho superará o do cometa McNaught, que passou em 2007 com magnitude de -5,5.
Cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) registrado em Shellharbour, na Austrália, na madrugada desta segunda-feira (23). Crédito: Joe Perulero via Spaceweather.com

Embora alguns estudos afirmem que o cometa C/2023 A3 possa desintegrar-se à medida que se aproxima do Sol, outros argumentam que o seu tamanho é suficiente para resistir à intensa força gravitacional da estrela.

Segundo Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e colunista do Olhar Digitaleste cometa tem dois momentos de visibilidade.

A primeira começou em 15 de setembro e vai até o periélio. “Esta é a última e melhor oportunidade de observá-lo próximo ao horizonte leste no início da manhã. A partir daí, ‘cairá’ em direção ao Sol, deixando de ser visível no dia 4 de outubro e reaparecendo novamente a partir do dia 12 ao entardecer, em direção a oeste.”

Zurita não vê tal probabilidade de desintegração. “Tem resistido e quanto mais o tempo passa, menor a chance de fragmentação.”

Posição do cometa no céu de São Paulo às 5h (horário de Brasília) entre 15 de setembro e 5 de outubro. Reprodução: Stellarium

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É para esta data, em que celebramos o Dia da Criança, que está prevista a maior aproximação do C/2023 A3 à Terra, quando o cometa passará a aproximadamente 41,2 milhões de km do planeta, entre as órbitas de Mercúrio e Vénus. Neste momento, chamado de perigeu, é possível que o objeto atinja um brilho semelhante ao de Vênus, o corpo celeste mais brilhante do céu noturno, com exceção da Lua.

Porém, encontrar um local adequado será um desafio, pois o cometa estará baixo no céu, dificultando a visibilidade, principalmente em regiões urbanas com poluição e muita luminosidade.

A órbita do cometa C/2023 A3 é retrógrada, ou seja, move-se na direção oposta à maioria dos objetos do Sistema Solar. Isto indica que se trata de um cometa de longo período, o que significa que a sua próxima passagem por aqui poderá estar a milhares ou mesmo milhões de anos de distância.

Neste linkvocê acessa informações atualizadas sobre o cometa C/2023 A3.

A lista abaixo, preparada por Zurita após pesquisa em 2022, lista os cometas mais brilhantes de cada ano desde 2000, juntamente com os brilhos máximos alcançados:

  • 2000: Cometa LINEAR (C/1999 S4) – brilho máximo de magnitude -3,0
  • 2001: Cometa LINEAR (C/2001 A2) – brilho máximo de magnitude 3,3
  • 2002: Cometa Ikeya-Zhang (C/2002 C1) – brilho máximo de magnitude -1,5
  • 2003: Cometa NEAT (C/2001 Q4) – brilho máximo de magnitude -1,3
  • 2004: Cometa Bradfield (C/2004 F4) – brilho máximo de magnitude 6,0
  • 2005: Cometa Machholz (C/2004 Q2) – brilho máximo de magnitude 3,2
  • 2006: Cometa Swan (C/2006 M4) – brilho máximo de magnitude 3,3
  • 2007: Cometa McNaught (C/2006 P1) – brilho máximo de magnitude -5,5
  • 2008: Cometa Holmes (17P/Holmes) – brilho máximo de magnitude -1,0
  • 2009: Cometa Lulin (C/2007 N3) – brilho máximo de magnitude 5,9
  • 2010: Cometa McNaught (C/2009 R1) – brilho máximo de magnitude 5,1
  • 2011: Cometa Lovejoy (C/2011 W3) – brilho máximo de magnitude -3,3
  • 2012: Cometa Pan-STARRS (C/2011 L4) – brilho máximo de magnitude 1,3
  • 2013: Cometa ISON (C/2012 S1) – brilho máximo de magnitude -0,5
  • 2014: Cometa Jacques (C/2014 E2) – brilho máximo de magnitude 6,5
  • 2015: Cometa Lovejoy (C/2014 Q2) – brilho máximo de magnitude 4,0
  • 2016: Cometa Catalina (C/2013 US10) – brilho máximo de magnitude 5,5
  • 2017: Cometa Johnson (C/2015 V2) – brilho máximo de magnitude 5,5
  • 2018: Cometa PanSTARRS (C/2017 S3) – brilho máximo de magnitude 6,0
  • 2019: Cometa Atlas (C/2019 Y4) – brilho máximo de magnitude 8,0
  • 2020: Cometa Neowise (C/2020 F3) – brilho máximo de magnitude -1,0
  • 2021: Cometa Leonard (C/2021 A1) – brilho máximo de magnitude 2,5





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