Conforme relatado por Olhar Digitaldesde 15 de setembro, o cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) está visível nos céus do Hemisfério Sul. Nos últimos dias, diversas imagens do que está sendo chamado informalmente de “Cometa do Século” (apelido polêmico) foram gravadas e compartilhadas nas redes sociais.
Até agora, o objeto podia ser observado antes do amanhecer. Porém, após passar ileso pelo periélio (ponto mais próximo do Sol) no dia 27, iniciou um mergulho em direção ao brilho da estrela, por isso permanecerá invisível a partir deste sábado (5), até retornar ao estágio celeste na direção oeste por volta de quinta-feira (10), desta vez como objeto noturno.
Sobre o nome do “Cometa do Século”:
- A letra “C” indica que se trata de um cometa aperiódico, ou seja, tem origem na Nuvem de Oort e pode passar pelo Sistema Solar apenas uma vez ou levar milhares de anos para retornar;
- A designação “2023 A3” revela que foi o terceiro objeto do seu tipo descoberto na primeira quinzena de janeiro de 2023, enquanto o sufixo Tsuchinshan-ATLAS refere-se às instituições envolvidas na sua descoberta;
- O apelido “do Século” é polêmico, pois há especialistas que não acreditam que seu brilho superará o do cometa McNaught, que passou em 2007 com magnitude de -5,5;
- A previsão atual é que atinge uma magnitude de -0,2 no momento de aproximação máxima da Terra;
- Lembrando que quanto mais brilhante um corpo parece, menor é sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o objeto mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.
Simulação do Cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) “desaparecendo” no brilho do Sol. Crédito: Nicolas Lefaudeux
— Olhar Digital (@olhar-digital.bsky.social) 3 de outubro de 2024 às 16h22
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Entre quarta e quinta-feira (10), o cometa passará entre a Terra e o Sol. A luz solar espalhada pela poeira do objeto pode amplificar sua luminosidade, tornando-o visível mesmo em plena luz do dia.
Segundo Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e colunista do Olhar Digitalcom isso, é possível que ele faça jus ao apelido de “do Século”. “O brilho está superando as expectativas e o efeito do espalhamento frontal pode ser ainda mais surpreendente.”
Segundo o especialista, será possível monitorar a “saúde” do cometa através de imagens do Observatório Solar e Heliosférico (SOHO), uma parceria entre a NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA). “O corpo celeste cruzará o campo de visão do Coronógrafo Espectrométrico de Grande Ângulo (LASCO) 3 da espaçonave entre 7 e 11 de outubro”, disse Zurita.”
No sábado (12), o cometa atinge seu ponto mais próximo da Terra (chamado perigeu), quando estará a aproximadamente 70,67 milhões de quilômetros do planeta. Neste momento, é possível que o objeto atinja um brilho semelhante ao de Vênus, o corpo celeste mais luminoso do céu noturno, com exceção da Lua.
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