Já há algum tempo, os cientistas tentam descobrir a velocidade de expansão do Universo. Existem preocupações sobre o que pode acontecer depois que atingir um determinado tamanho.
Agora, uma imagem bastante peculiar capturada pelo NIRCam, do Telescópio Espacial James Webb, pode nos ajudar a entender a velocidade de expansão do Universo. Numa região a 3,6 mil milhões de anos-luz da Terra, Webb avistou uma supernova, que aparece três vezes e em três períodos diferentes durante a sua explosão, numa única imagem.
- Uma equipe de pesquisadores da NASA optou por observar o aglomerado de galáxias PLCK G165.7+67.0, também conhecido como G165, dada a sua alta taxa de formação de estrelas, o que leva a taxas mais altas de supernovas;
- Uma imagem mostra o que parece ser um raio de luz com três pontos distintos, aparentemente mais brilhante que os demais;
- A doutora Brenda Frye, da Universidade do Arizona (EUA), explica que tais pontos correspondem a uma estrela anã branca em explosão;
- Ela também possui lentes gravitacionais — ou seja, existe um aglomerado de galáxias entre nós e a estrela que serviu de lente e curvou a luz dessa supernova em diversas imagens;
- Frye o compara a um espelho triplo que mostra diferentes imagens da pessoa à sua frente. Note-se que é a supernova do Tipo Ia mais distante, um modelo que ocorre num sistema binário, observado até à data.
Graças a este aglomerado de galáxias em frente à supernova, a luz da explosão percorreu três caminhos distintos, cada um com comprimentos diferentes. Isso significa que Webb conseguiu capturar três períodos de sua explosão em uma única imagem (no início, no meio e perto do fim do fenômeno).
Veja a imagem da supernova abaixo:
Frye observou que as imagens triplas de supernovas são especiais porque “os atrasos de tempo, a distância da supernova e as propriedades das lentes gravitacionais produzem um valor para a constante de Hubble, ou H0”.
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Constante de Hubble?
NASA descreve a constante de Hubble como um número que caracteriza a atual taxa de expansão do Universo, o que, por sua vez, seria capaz de nos ensinar mais sobre a idade e a história do Universo. Os cientistas, no entanto, não concordam sobre o seu valor exato.
Por sua vez, a equipe envolvida no estudo espera que a imagem da supernova capturada possa fornecer mais clareza sobre o tema. “A supernova foi denominada SN H0pe porque dá aos astrónomos esperança de compreender melhor a mudança na taxa de expansão do Universo”, diz Frye. H0pe (ou Esperança), em português, significa “esperança”.
Wendy Freedman, da Universidade de Chicago (EUA), liderado equipe, em 2001, que encontrou um valor de 72 para a constante de Hubble. Outras equipes estimaram entre 69,8 e 74 quilômetros por segundo por megaparsec.
A equipe que clicou na supernova em três estágios diferentes relatou um valor de 75,4, mais 8,1 ou menos 5,5. “Os resultados da nossa equipe são chocantes: o valor da constante de Hubble corresponde a outras medições do universo local e está um tanto em tensão com valores obtidos quando o Universo era jovem”, aponta Frye.
A supernova e o valor da constante de Hubble dela derivada, no entanto, precisam ser mais explorados. O grupo espera que as observações futuras “melhorem as incertezas” para cálculos mais precisos.
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