Conheça girinos que ficam até 43 dias sem fazer cocô

outubro 13, 2024
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Conheça girinos que ficam até 43 dias sem fazer cocô


Quantas vezes você vai ao banheiro por dia? Tem gente que trabalha como um relógio e vai de uma a duas. Outras pessoas podem ir ainda mais dependendo do que comem. Tem também a equipe da constipação – principalmente quando estão em viagem, fora de casa.

Dependendo da duração dessa viagem, conheço pessoas que ficaram quase uma semana sem fazer o número 2. E, caso isso aconteça, o ideal é procurar ajuda médica. Sim, cada organismo é diferente. Mas não é normal passar mais de 5 dias sem evacuar.

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Não é normal para os humanos. Na natureza, porém, algumas espécies conseguem reter o cocô por mais tempo. Mas nenhum deles venceu a perereca de Eiffinger (Kurixalus eiffingeri).

Esta é uma espécie nativa de algumas ilhas do Japão e de Taiwan. É um pequeno anfíbio que habita florestas subtropicais ou tropicais úmidas de baixa altitude.

Sua principal característica é o tempo sem defecar. Os filhotes da espécie esperam chegar à idade adulta para “ir ao banheiro” pela primeira vez.

Várias espécies na natureza convivem com fezes de maneira muito diferente em comparação aos humanos – Imagem: Cougarsan/Shutterstock

Semanas sem o número 2

  • Cientistas japoneses levaram alguns desses girinos ao laboratório e confirmaram esse comportamento.
  • E a constipação para esses animais é muito grave.
  • O tempo desde a eclosão até a metamorfose da espécie depende do estado nutricional das larvas e varia de 21 a 43 dias.
  • Sim, é exatamente isso que você acabou de ler: os girinos da perereca Eiffinger podem passar mais de um mês inteiro sem defecar!
  • Os pesquisadores queriam entender o motivo disso.
  • E a conclusão é que a espécie se adaptou dessa forma vivendo em ambientes fechados.
  • Deixe-me explicar: os girinos passam a maior parte de suas vidas em cavidades de árvores ou tocos de bambu, onde os adultos armazenam seus ovos.
  • A vantagem é que os locais são pequenos e protegidos de predadores.
  • A desvantagem é que a água fica estagnada e não pode ser renovada, ou seja: como manter tudo limpo?
  • É aí que entra a adaptação da espécie: em vez de encher a pequena piscina com dejetos, os girinos simplesmente retêm o cocô.
  • Em vez de defecar, eles armazenam resíduos nos intestinos até se tornarem subadultos (quando começam a desenvolver patas).
  • Só depois disso eles fazem o número 2 pela primeira vez na vida.
O girino acima é um bebê de Kurixalus eiffingerique acumula fezes até a idade adulta (abaixo você tem um girino de outra espécie) – Imagem: Reprodução/Universidade de Nagoya

Uma descoberta fascinante

Esse padrão de excreção tardia já foi registrado em algumas larvas de abelhas e formigas, mas em um período de tempo muito mais curto. Os cientistas dizem que esta é uma estratégia muito incomum para os anfíbios em geral. E isso mostra o poder de adaptação da natureza para a sobrevivência.

É por esta razão que os autores do artigo consideraram esta descoberta fascinante:

“A descoberta de sapos que se adaptaram com sucesso ao ambiente único de pequenos poços revela um ecossistema mais complexo dentro destes pequenos habitats do que imaginávamos inicialmente.”, disse Bun Ito, um estudante de pesquisa especial da Escola de Pós-Graduação em Ciências da Universidade de Nagoya.

“Proteger a biodiversidade exige preservar estes microhabitats”concluiu o autor do estudo, publicado em revista científica Ecologia.

As informações são de Ciência IFL.





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