Nesta terça-feira (15), o Telescópio Espacial Euclides, da Agência Espacial Europeia (ESA), apresentou o primeiro vislumbre do vasto mapa cósmico que está em construção.
A imagem mostra dezenas de milhões de estrelas na Via Láctea e cerca de 14 milhões de outras galáxias. Este impressionante mosaico foi criado a partir de 260 observações feitas entre 25 de março e 8 de abril de 2024, contendo 208 gigapixels de dados. A área mapeada corresponde a 500 vezes o tamanho da Lua cheia vista da Terra, de acordo com um estudo declaração Divulgação da ESA.
O mais impressionante é que esta imagem corresponde a apenas 1% do total das pesquisas que Euclides realizará nos próximos seis anos. O telescópio mapeará a forma, a distância e o movimento de galáxias localizadas a até 10 bilhões de anos-luz de distância. Em última análise, será criado o maior mapa tridimensional do Universo, recurso fundamental para o estudo da matéria escura e da energia escura.
“Esta é a primeira parte de um mapa que, ao longo de seis anos, irá revelar mais de um terço do céu”, explicou Valeria Pettorino, cientista do projeto Euclid na ESA. “Mesmo que seja apenas 1% do total, esta imagem já está repleta de informações valiosas que nos ajudarão a explorar o Universo de novas formas.”
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Telescópio Euclides permite explorar detalhes profundos do Universo
Lançado em julho de 2023, o telescópio espacial Euclides iniciou suas observações científicas em fevereiro de 2024. Equipado com uma câmera de 600 megapixels, a espaçonave capta luz visível e infravermelha, permitindo medir o “redshift”, fenômeno que ocorre à medida que as galáxias se afastam. da Via Láctea.
A partir dessas medições, os cientistas podem analisar o impacto da energia escura, responsável por acelerar a expansão do Universo.
“Euclides está observando o cosmos de uma forma sem precedentes e criará um gigantesco censo de galáxias”, disse a cosmóloga Luz Ángela García Peñaloza, da Universidad ECCI, em Bogotá, Colômbia. “Cada imagem capturada revela detalhes fundamentais sobre a distribuição das galáxias e a estrutura em grande escala do Universo, informações cruciais para a compreensão do lado escuro do cosmos.”
Embora as observações divulgadas até agora cubram apenas duas semanas de trabalho, o telescópio capturou uma impressionante variedade de objetos com detalhes surpreendentes.
Uma das características mais intrigantes são as nuvens tênues entre as estrelas da Via Láctea, que aparecem como faixas azuladas no mosaico, chamadas de “cirros galácticos”. Esses traços são formados por uma combinação de gás e poeira e refletem a luz da nossa galáxia.
Além de oferecer uma visão abrangente do cosmos, Euclides também permite aos astrónomos explorar detalhes profundos, como a galáxia espiral ESO 364-G036, localizada a cerca de 420 milhões de anos-luz de distância.
Até o momento, 12% dos dados previstos para o projeto já foram coletados, e uma nova atualização está prevista para março de 2025. A divulgação completa do primeiro ano de dados cosmológicos ocorrerá em 2026.
Josef Aschbacher, diretor-geral da ESA, e Carole Mundell, diretora de ciência da agência, apresentaram o mosaico no Congresso Astronáutico Internacional em Milão, Itália, destacando que esta é apenas a fase inicial da missão. “O melhor ainda está por vir”, disse Peñaloza.
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