Origem de 90% dos meteoritos que caem na Terra é descoberta

outubro 17, 2024
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Origem de 90% dos meteoritos que caem na Terra é descoberta


Até recentemente, apenas algumas rochas que caem na Terra estavam diretamente ligadas aos seus corpos originais no espaço. Porém, uma série de novos estudos acaba de apresentar evidências detalhadas que revelam a origem de mais de 90% desses materiais, chamados meteoritos.

Pesquisas anteriores já sugeriram uma origem comum para esses meteoritos, que possuem composições semelhantes e foram expostos à radiação cósmica por curtos períodos, indicando uma separação recente dos corpos parentais no espaço.

Fragmento do meteorito Murchison. Crédito: Departamento de Energia dos Estados Unidos via Wikimedia Commons

Agora, três novos estudos fornecem uma análise mais precisa. Dois desses artigos foram publicados na revista Natureza (esse e esse) e um na revista científica Astronomia e Astrofísica (aqui).

Simulações analisam meteoritos recuperados na Terra

Usando uma combinação de telescópios e simulações de computador, os cientistas compararam as características dos asteroides em órbita com os meteoritos recuperados da Terra, correlacionando tipos de rochas e trajetórias orbitais.

Estes estudos foram liderados por equipas do Centro Nacional Francês de Investigação Científica, do Observatório Europeu do Sul e da Universidade Charles, na República Checa, com foco nos meteoritos condritos H e L, os tipos mais comuns que representam cerca de 70% dos meteoritos. Essas rochas, compostas por partículas chamadas côndrulos, são o resultado do rápido resfriamento de rochas derretidas.

Um meteorito marciano conhecido como Amgala 001, encontrado no Saara Ocidental, em 2022. Crédito: Steve Jurvetson via Wikimedia Commons

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Os cientistas determinaram que os condritos H e L chegaram à Terra vindos de três famílias de asteróides no cinturão principal entre Marte e Júpiter: Massalia, Karin e Koronis. Além disso, foi possível datar grandes colisões nessas famílias de asteroides que liberaram fragmentos de rocha que eventualmente chegaram à Terra.

Massalia, por exemplo, sofreu grandes impactos há 466 milhões de anos e há 40 milhões de anos, enquanto as famílias Karin e Koronis sofreram colisões mais recentes, há 5,8 e 7,6 milhões de anos, respetivamente.

Também foram identificadas evidências que incluem faixas de poeira associadas a essas colisões e a idade de exposição dos meteoritos à radiação cósmica. Isto sugere que a maior parte dos detritos rochosos que atingem a Terra hoje provém de menos grupos de asteróides do que se pensava anteriormente e de eventos de colisão relativamente recentes.

Além dos condritos H e L, a equipe analisou outros meteoritos menos comuns, elevando o total de amostras associadas a asteroides para mais de 90%. Estes novos dados podem ajudar a compreender melhor a evolução do Sistema Solar e as trajetórias futuras dos asteróides. A investigação continua, com o objectivo de traçar as origens de todos os tipos de meteoritos.





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